12 DE JANEIRO DE 2018
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forma ou de outra, reconheceram os benefícios do uso terapêutico da canábis e derivados, mas, apesar disso,
as reservas que apresentaram e que aqui foram expressas, sendo legítimas, poderiam traduzir-se num voto que
nos pareceu ser favorável, no caso de Os Verdes, mas não favorável, no caso do PCP, do PSD e do CDS.
Em resultado disso, o Parlamento e o País perderiam oportunidade de debater e votar uma lei que respeita
um princípio que aqui foi manifestado de forma largamente maioritária, ainda que não consensual.
O debate público que acompanhou a preparação desta proposta foi muito importante e o Bloco de Esquerda
está convicto de que um período de discussão em sede de especialidade nos dará oportunidade de ouvir mais
especialistas, de consolidar uma opinião que já é dominante na comunidade científica e que é dominante na
sociedade.
Estamos convictos e temos esperança de poder ultrapassar muitas das reservas que aqui foram
manifestadas. Entendemos que o País precisa de boas leis, que respeitem as evidências científicas e que se
inspirem nas melhores práticas internacionais que já existem.
É com esta expectativa, é com este sentido de responsabilidade e é com este sentido de compromisso, antes
de mais e acima de tudo, para com os doentes que propomos a baixa do diploma, sem votação, à respetiva
comissão para podermos trabalhar numa boa lei que ultrapasse as reservas aqui apresentadas, com o contributo
de todos os grupos parlamentares e de todos os especialistas, quantos queiramos ouvir, para produzirmos a
melhor lei possível.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Vamos, então, passar à votação dos requerimentos, um, apresentado pelo BE, e outro,
apresentado pelo PAN, de baixa à Comissão de Saúde, sem votação, por um período de 60 dias, dos projetos
de lei n.os 726/XIII (3.ª) — Regula a utilização da planta, substâncias e preparações de canábis para fins
medicinais (BE) e 727/XIII (3.ª) — Pela admissibilidade de utilização de canábis para fins medicinais (PAN).
Submetidos à votação, foram aprovados por unanimidade.
Uma vez aprovados os dois requerimentos, os projetos de lei n.os 726 e 727/XIII (3.ª) baixam à 9.ª Comissão,
por 60 dias.
Vamos votar agora o projeto de resolução n.º 1221/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo que analise a
evolução dos impactos na saúde do consumo de cannabis e da sua utilização adequada para fins terapêuticos
e tome as medidas necessárias à prevenção do consumo desta substância psicoativa (PCP).
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do CDS-PP, do PCP e de Os Verdes, votos contra do
BE e do PAN e abstenções do PSDe do PS.
Vamos votar os requerimentos, apresentados, respetivamente, por Os Verdes e pelo PAN, de baixa à
Comissão de Trabalho e Segurança Social, sem votação, por um período de 45 dias, dos projetos de lei n.os
709/XIII (3.ª) — Consagra a terça-feira de Carnaval como feriado nacional obrigatório (décima terceira alteração
ao Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro) (Os Verdes) e 710/XIII (3.ª) — Altera
o Código do Trabalho, consagrando a terça-feira de Carnaval como feriado nacional obrigatório (PAN).
Submetidos à votação, foram aprovados por unanimidade.
Os projetos d elei baixam à 10.ª Comissão. Espero que estes 45 dias não ultrapassem a terça-feira em
questão.
Passamos à votação do projeto de resolução n.º 1220/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo que agilize os
processos de avaliação de dispositivos e equipamentos para controlo da diabetes mellitus (PCP).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.