15 DE FEVEREIRO DE 2018
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fundos comunitários, seja de um quadro macroeconómico de estabilidade, que tem permitido vir a reduzir as
taxas de juro e que criaram circunstâncias mais favoráveis e de confiança para o investimento. Temos, por isso,
de continuar esta trajetória, porque o grande benefício que se pode traduzir na vida do dia a dia das pessoas,
relativamente ao nosso crescimento económico, é podermos ter cada vez mais e cada vez melhor emprego.
Esta é mesmo a medida da nossa política económica.
Não sei se acompanhou inteiramente tudo o que eu disse ainda em campanha eleitoral, mas uma das coisas
que repetidamente eu disse foi que o grande objetivo da nossa política económica seria emprego, emprego,
emprego e é por isso que temos muita satisfação. Estamos contentes com a redução do défice, estamos
contentes com a redução da dívida, estamos contentes com o crescimento e estamos, sobretudo, muito
contentes com a criação de emprego.
É este crescimento económico que nos tem permitido, simultaneamente, ter uma trajetória que nos leva a
finanças públicas mais sãs, ao mesmo tempo que reforçamos o investimento na escola pública, o que não é
alheio ao facto de haver uma redução do abandono escolar precoce, e no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o
que, aliás, aqui sintetizou muito bem, dizendo o que já se conseguiu.
A síntese da Sr.ª Deputada demonstra bem o que é necessário prosseguir, que é continuarmos a fazer nos
próximos dois anos aquilo que já fizemos nos dois anos anteriores. Ou seja, é continuar a reforçar o investimento,
é continuar a fazer a melhoria do equipamento, é continuar a investir em novos centros de saúde, em novas
unidades de saúde familiar, em novas camas de cuidados continuados, é continuar a investir no reforço do
pessoal, designadamente dos médicos especialistas. Ainda não posso dizer-lhe a data em que será aberto o
concurso,…
Vozes do CDS-PP: — Ah!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … mas irá ser aberto o concurso, porque iremos prosseguir a trajetória que
temos vindo a executar. E a melhor garantia de que o continuaremos a fazer nos próximos dois anos é
precisamente o que já fizemos nos dois anos precedentes, e que tão bem aqui sintetizou.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Continua no uso da palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, os médicos especialistas estão à
espera de concurso há 10 meses. Segundo as organizações do setor, 200 a 300 médicos já terão desistido da
espera, uns emigraram e outros foram para o setor privado. São médicos em cuja formação e especialização o
País investiu.
Sr. Primeiro-Ministro, fico com vontade de lhe perguntar: afinal, quem é que toma a decisão da contratação
dos médicos, é o Ministro da Saúde ou o Ministro das Finanças?
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Quando é que vamos contratar os médicos especialistas de que o País
precisa?
Aproveito para colocar uma outra questão sobre esta matéria da especialização dos médicos e que muito
nos preocupa. A FNAM (Federação Nacional dos Médicos) veio avisar que o Governo quer fazer uma alteração
ao regime jurídico do internato médico, que acaba com a especialização dos médicos como regra para passar
a ser exceção. Ora, o País precisa de médicos especialistas e a excelência da formação em Portugal passa por
médicos especialistas e não por médicos indiferenciados, que só servem as empresas privadas que fazem
contratações à hora e querem baixar o preço do serviço destes médicos.
Portanto, repito: médicos especialistas contratados para quando? O Governo vai ou não manter a regra de
que todos os médicos têm de ter acesso à especialidade?
Aplausos do BE.