I SÉRIE — NÚMERO 48
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O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Agradeço que termine, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Para que isso aconteça são necessários mais recursos e para que haja mais
recursos é necessário que os Estados contribuam mais. Por isso, já dissemos que apoiamos a proposta da
Comissão para que a contribuição seja alargada para 1,2% do Produto, assim como apoiamos a criação de
recursos próprios da União, seja por via da taxação da economia digital, seja por via das transações financeiras,
seja por via da economia do carbono.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Primeiro-Ministro, tem mesmo de terminar.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sim, são necessários mais recursos próprios, são necessárias mais
transferências se queremos que a União Europeia não diminua a sua capacidade de apoiar a nossa agricultura
ou o desenvolvimento harmonioso das nossas regiões.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — A Sr.ª Deputada Assunção Cristas dispõe ainda de 2 segundos.
Pergunto se pretende utilizá-los.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, pretendo utilizar 2 segundos, mais 1 minuto e 33
segundos, que foi a tolerância dada ao Bloco de Esquerda.
Vozes do PS: — Ah!
O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — Já não precisamos da Mesa!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, em relação à questão europeia,
deixe-me dizer-lhe que, se tiver atenção, verificará que já deu entrada neste Parlamento um projeto de resolução
do CDS onde, precisamente, se defende um alargamento do orçamento da União para que não sejam
prejudicadas as verbas da agricultura e da coesão, que são muito importantes para o nosso País.
A pergunta que fiz não era essa e o Sr. Primeiro-Ministro não respondeu. O que eu queria saber é quanto é
que vamos contribuir a mais. É mais uma pergunta sem resposta. Sabe porquê, Sr. Primeiro-Ministro? Porque,
depois, provavelmente eu poderia dizer que, para esse montante, temos os números do crescimento económico
que seriam certamente capazes de acomodar esse aumento de contribuição por parte do Estado português. O
que não nos parece possível, viável ou desejável, porque, além de mais, aliena uma parte substancial da nossa
soberania, é estar a criar impostos europeus em áreas tão sensíveis, onde, de resto, estamos a querer criar
áreas de grande competitividade, como seja a área digital.
Protestos do Deputado do PS João Galamba.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Para terminar, Sr. Presidente, com a sua tolerância, diria ao Sr.
Primeiro-Ministro que devia tomar mais atenção quando nos responde sobre saúde, porque já não é a primeira
vez que responde, as perguntas foram feitas muitas vezes. E se o CDS faz perguntas que, por sinal, desta vez,
também foram feitas pelo Bloco de Esquerda não acha estranho?
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Não há de haver qualquer coisa que, afinal, não está assim tão bem
neste filme todo?