I SÉRIE — NÚMERO 57
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Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. Funcionários, Sr.as e Srs. Jornalistas, vamos dar início
à nossa sessão plenária.
Eram 15 horas e 5 minutos.
Peço aos Srs. Agentes de autoridade para abrirem as portas das galerias ao público.
A ordem do dia de hoje consta de um debate político, solicitado pelo PSD, ao abrigo da alínea b) do n.º 3 do
artigo 64.º do Regimento, sobre economia e emprego, debate no qual o Governo pode ou não participar, e, hoje,
não participa.
Antes de iniciarmos os nossos trabalhos, e sendo hoje o Dia Internacional da Mulher, não queria deixar de,
em nome do Parlamento português, saudar as mulheres em todo o mundo, sobretudo aquelas que se batem
pelos seus ideais de igualdade, de liberdade e, em muitos casos, de dignidade.
Aplausos gerais, de pé.
Vamos, pois, iniciar os nossos trabalhos. Para abrir o debate, tem a palavra, para uma intervenção, o Sr.
Deputado Emídio Guerreiro.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Mais economia e melhor emprego
são o mote deste debate.
Os resultados alcançados pela nossa economia são positivos, mas não podem levar à euforia conforme
temos visto. Afinal, a maioria dos países europeus cresce bem mais do que nós.
Olhando para a última década, é fácil perceber que o caminho que nos levou à pré-bancarrota foi invertido e
que, desde 2014, o crescimento económico é uma realidade. O caminho traçado pelo Governo anterior, assente
no equilíbrio das contas públicas e na credibilidade externa, deu frutos.
A recessão de 2011 e os défices de 11% já lá vão, e o nosso desejo é que não voltem mais. Do mesmo
modo, a credibilidade internacional, reconquistada pelo Governo anterior, não foi delapidada, pelo que estão
criadas as condições para um crescimento sustentável.
Conforme destaca o Relatório de Conjuntura Económica de 2017, o atual crescimento assenta, sobretudo,
nas exportações e menos no consumo ou no investimento. Ou seja, são as nossas empresas e os seus
trabalhadores que têm conquistado novos mercados e puxado pelo País. Isto é possível pelo seu desempenho,
mas muito pela conjuntura externa, altamente favorável.
Os juros baixos, o preço do petróleo, o crescimento da economia mundial e o desempenho dos nossos
principais parceiros económicos são fatores relevantes no nosso atual momento.
Afinal, e insisto, 17 países da União Europeia crescem mais do que Portugal.
O bom momento e a conjuntura favorável são oportunidades para olhar para o futuro com outros olhos. Não
podemos viver à sombra de bons resultados transitórios. Não nos esqueçamos que as próprias previsões do
Governo vão no sentido da diminuição do crescimento para 2018 e 2019.
Este é o tempo de tomar decisões para o futuro. É o tempo para mais ambição!
Pese embora o desempenho económico dos últimos anos, Portugal está apenas a 63% da média europeia.
Isto, depois de, em 1999, termos atingido 71%. São muitos anos a divergir e que urge recuperar. O bem-estar
social assim o exige aos decisores políticos.
Este é, realmente, o desafio de Portugal: crescer rumo à média europeia para proporcionar melhores índices
de bem-estar aos portugueses.
Ao olharmos a evolução da taxa de desemprego, vemos que, após um permanente aumento entre 2008 e
2013, o desemprego vem caindo, felizmente, desde então. Mais um dado positivo que resulta de reformas
anteriores que agora dão frutos.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Onde queremos ver Portugal dentro de 10 anos? Na média europeia?
Com empregos qualificados e bem remunerados? Claro que sim!
Mas estaremos a desenhar o rumo certo para este fim? Temos duvidas, muitas dúvidas.
Queremos alcançar um crescimento económico sustentável, que passa pela aposta no emprego qualificado.
Há que fomentar a qualificação para a empregabilidade. A formação técnica e profissional tem de estar