I SÉRIE — NÚMERO 75
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Partido Socialista, foram 83 autarcas de concelhos da região Norte — 83! — que votaram, por unanimidade,
contra a proposta do Governo!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Contra!
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Esses autarcas votaram contra a proposta de reprogramação feita pelo
vosso Governo!
No final da terceira reunião da Plataforma de Concertação Intermunicipal da região Norte, a mesma alertou
o executivo liderado por António Costa para o facto de o Norte não ir ficar passivo quanto à possibilidade de
desvio de fundos da região para outros fins. O Ministro do Planeamento e das Infraestruturas já veio dizer que
serão 185 milhões de euros para o metro de Lisboa. E não só!
Não somos contra o alargamento do metro de Lisboa, o que não faz sentido é haver verbas a serem
canalizadas para as regiões mais fortes, para as regiões mais ricas.
O Sr. Carlos Pereira (PS): — Isso é mentira!
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Mais uma vez, estamos a desvalorizar a convergência, a baixa
densidade e os territórios do interior.
A preocupação dos municípios não é nova. No Congresso da Associação Nacional de Municípios
Portugueses foi também apresentada a preocupação com esta reprogramação. Onde está, efetivamente, a
reprogramação?
Os autarcas criticam a opção do Executivo de transferir verbas do FEDER (Fundo Europeu de
Desenvolvimento Regional) para o Fundo Social Europeu. Um autarca do Partido Socialista, Eduardo Vítor
Rodrigues — conhecem, é um autarca de Gaia —, defendeu que «a ideia é que aquele dinheiro que está a ser
reprogramado fique na região, em vez de servir ao financiamento do Orçamento do Estado». Como se pode
constatar, esta não é uma preocupação só do PSD, é uma forte preocupação de todos os quadrantes políticos
do País.
Afinal qual é a posição dos diferentes grupos parlamentares sobre esta matéria? É isso que queremos saber.
Não estamos perante uma mera reprogramação técnica, como nos querem fazer crer, mas sim perante uma
reprogramação estratégica. Com a alocação de 2,8 mil milhões de euros não se trata, propriamente, de uma
mera reprogramação técnica. Não concordam com isso? Com mexidas em todos os programas operacionais,
temáticos e regionais, estamos perante uma verdadeira reprogramação estratégica, não uma reprogramação
técnica! Se estão a tirar o dinheiro na reprogramação técnica, como é que ficará a reprogramação estratégica?
Porque é que ninguém nos explica por que motivo foi dispensada a realização de uma avaliação de desempenho
sobre os fundos?
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Ora!
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Fogem dela como o diabo da cruz! Mostrem-nos os resultados de
desempenho. Mostrem-nos os indicadores de resultados!
O que está a acontecer é, de facto, de uma grande irresponsabilidade.
Sr.as e Srs. Deputados, não deixem o PSD ficar isolado na defesa dos territórios de baixa densidade
populacional e das regiões mais frágeis!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado
Pedro Coimbra.
O Sr. Pedro Coimbra (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, certamente estaremos todos de acordo
se afirmar que o Portugal 2020 se trata de um instrumento financeiro absolutamente essencial e estruturante na
promoção de políticas públicas para melhorar a qualidade de vida dos portugueses e a coesão do território.