1 DE JUNHO DE 2018
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O Sr. Presidente: — Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 15 horas e 7 minutos.
Peço aos Srs. Agentes de autoridade o favor de procederem à abertura das galerias.
Como não há expediente para anunciar, vamos dar início aos nossos trabalhos, cuja ordem do dia resulta de
uma marcação do CDS-PP sobre fundos europeus, coesão social e territorial. Discutir-se-ão, neste âmbito, na
generalidade, os projetos de resolução n.os 1269/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo que atempadamente
proceda à definição das orientações políticas relativas à negociação do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027
(CDS-PP) e 1648/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo que defenda os interesses nacionais no âmbito do Quadro
Financeiro Plurianual 2021-2027 (PSD).
Teremos, no final do debate, votações regimentais.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Mota Soares.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Discutimos hoje o próximo
quadro financeiro plurianual para o período de 2021 a 2027, ou seja, os fundos comunitários para os próximos
anos.
A iniciativa do CDS tem, para já, a virtude evidente de colocar o processo negocial dos fundos no centro do
debate político. O CDS foi o primeiro partido a apresentar uma iniciativa legislativa, dizendo claramente ao que
vinha e definindo muito bem quais são as suas prioridades no atual momento em que vivemos.
Primeira prioridade: cumprir os objetivos do desenvolvimento sustentável, tal como fixados pela ONU
(Organização das Nações Unidas). Portugal deve utilizar os próximos fundos comunitários para conseguir
combater as alterações climáticas, especialmente graves no nosso País, para conseguir melhorar o
armazenamento e a distribuição da água, para conseguir descarbonizar a economia, promovendo a redução de
consumos globais, mas também para conseguir melhorar a mobilidade urbana, que tão diretamente impacta na
carbonização da nossa economia.
Segunda prioridade: defendemos a agricultura e o mar como esteio da nossa soberania, como garante da
autossuficiência e da segurança alimentar, mas também como um catalisador do desenvolvimento do interior do
País. Ter uma estratégia para o interior do País que ignore a agricultura é a mesma coisa que ter uma estratégia
para o litoral que não fale do mar.
Terceira prioridade: defendemos a dimensão da coesão social e territorial e que os fundos comunitários nos
devem permitir habilitar a criar as condições para termos, no interior de Portugal, uma zona franca, quer do
ponto de vista dos impostos, quer do ponto de vista da regulação, em que se permita que ter uma ideia ou testar
um negócio sejam o mais competitivos possível no palco global e da União Europeia.
Quarta prioridade: defendemos a competitividade económica de Portugal e, nesse sentido, os próximos
fundos têm de apostar no setor da economia digital, da digitalização e da inovação, do ponto de vista da
economia, matéria em que, infelizmente, a Europa está a ficar para trás.
Quinta e última prioridade: defendemos uma aposta clara no desafio demográfico, para contrariarmos o
«inverno demográfico» que se abateu sobre Portugal e do qual estamos a demorar a sair.
Fizemos a apresentação destas propostas em janeiro, antecipando, até, a posição da própria Comissão
Europeia.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Entendemos que é agora o momento em que o Parlamento se deve
voltar a pronunciar sobre esta matéria, desde logo porque há um conjunto de novos elementos políticos que deu
entrada no debate.
Ficámos a conhecer, no passado dia 2 de maio, a proposta da Comissão Europeia e ontem mesmo foi
apresentada a proposta relativa à política de coesão e desenvolvimento regional, que, no caso de Portugal,
prevê um corte de 7%.
Permitam-me que seja inteiramente claro: a proposta, como está, é má para Portugal.