1 DE JUNHO DE 2018
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serviriam para financiar o Orçamento do Estado português e sim para financiar o orçamento de Bruxelas, o que
é inaceitável.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — O Governo do Partido Socialista preocupou-se mais em dar a
Bruxelas a possibilidade de lançar impostos sobre os portugueses do que em defender os interesses dos
portugueses em Bruxelas.
Aplausos do CDS-PP.
Pelos vistos, o Governo português errou na estratégia, errou no alvo e os resultados começam a estar à vista:
um corte de 7% nos fundos da coesão coloca dificuldades acrescidas ao investimento em Portugal.
Os fundos estruturais representam qualquer coisa como 50% do investimento público em Portugal e, por isso
mesmo, não é difícil antever o impacto que um corte de 7% poderá ter no investimento público em Portugal,
numa altura em que este atingiu os níveis mais baixos de que há memória, à custa da degradação generalizada
dos serviços públicos.
Por isso mesmo, não nos conformamos com o fraco consolo expresso ontem pelo Sr. Ministro dos Negócios
Estrangeiros, ao assinalar progressos face à proposta anterior, numa postura muito próxima do «podia ser pior».
Podia! Poder, podia, mas a verdade é que também podia e, acima de tudo, devia ser melhor!
Aplausos do CDS-PP.
Melhor como é em Espanha, que vê os fundos da coesão subirem cerca de 5%, quando em Portugal caem
7%.
Melhor como é na Roménia, na Bulgária, na Grécia, no Chipre ou na própria Finlândia, países que têm muitos
problemas de desenvolvimento económico, semelhantes aos de Portugal, com uma diferença: veem as verbas
da coesão subir, enquanto Portugal está a vê-las cair.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Termino dizendo que somos daqueles que não nos resignamos, que
não perdemos a ambição, que não baixamos os braços, que não nos conformamos. Nós somos daqueles que
não desistem de Portugal.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — A Mesa regista três inscrições, dos Deputados António Costa Silva, Fernando Rocha
Andrade e Heitor Sousa, para pedidos de esclarecimento.
Como pretende responder, Sr. Deputado Pedro Mota Soares?
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, responderei primeiro a um e, depois, em conjunto,
aos restantes dois.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António Costa Silva.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Mota Soares, tivemos hoje uma
oportunidade muito importante para discutir um tema, de facto, emergente e, por isso, felicito o CDS-PP por este
debate.
Como dizia Martin Luther King, quem aceita o mal sem protestar coopera com ele. Este é um exemplo disso,
porque aceitar estas políticas, estes cortes na política de coesão é claramente um erro para Portugal que não
podemos aceitar.
Estamos a falar de um corte de 7% nos fundos europeus para Portugal, quando comparado com a
programação anterior. São mais do que evidentes as incongruências existentes, nomeadamente na proposta
apresentada pela Comissão Europeia.