I SÉRIE — NÚMERO 14
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de Intervenção de Proteção e Socorro da GNR e também o reforço da Força Especial de Bombeiros. Mas
precisamos, de facto, de um grande reforço nos quadros do Ministério da Agricultura, particularmente aqueles
que tratam do território rural, não apenas da proteção da natureza mas, diria eu, de todo o acompanhamento do
território rural não agrícola.
Por isso, no próximo Conselho de Ministros, em 25 de outubro, onde vamos aprovar um conjunto de medidas
relativamente à floresta, vamos também aprovar a reforma da lei orgânica do ICNF (Instituto da Conservação
da Natureza e das Florestas).
A reforma da lei orgânica do ICNF, que depois do dia 25 será também colocada à discussão dos vários
intervenientes, vai prever um reforço muito significativo dos quadros e das chefias do ICNF.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, do Grupo Parlamentar de Os Verdes.
Faça favor, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, julgo que precisamos todos de ter muita
consciência de que esta falta de coesão territorial, estas assimetrias regionais que acontecem no nosso País
não caíram do céu de surpresa; foram consequência de políticas muito concretas de sucessivos Governos, de
desinvestimento no interior do País e que deram este resultado que todos conhecemos.
Em termos discursivos, todos os Governos têm tido uma enorme preocupação com o interior do País, mas
quando se vai à matéria concreta, ao investimento concreto, à decisão concreta, as decisões acabam sempre
por fomentar essas assimetrias regionais.
Sempre que um Governo encerrou uma escola no interior do País, encerrou uma unidade de saúde, encerrou
um posto da GNR, encerrou uma linha ou um ramal ferroviário, contribuiu para retirar potencial de
desenvolvimento a zonas do interior do País. Acho que é preciso ter essa consciência de forma muito clara e,
por isso, fico muito admirada com o discurso do PSD e do CDS, que parece não terem tido responsabilidade
nenhuma nesta matéria, quando tiveram uma brutal responsabilidade no esquecimento do interior do País. Mas
sucessivos governos do PS também não escapam, naturalmente, a essa responsabilidade.
Protestos do PSD.
Mas vamos ver uma coisa: temos conhecimento muito concreto do fenómeno das alterações climáticas. Há
estudos concretos sobre o interior do País, designadamente sobre a zona sul. E qual é a grande aposta,
nomeadamente ao nível da agricultura? Culturas intensivas, superintensivas, que têm efeitos concretos no
esgotamento de solos. Portanto, não estamos a promover uma adaptação ao fenómeno das alterações
climáticas, que é um objetivo que todos deveríamos ter. Estamos a fazer as coisas ao contrário!
Por exemplo, uma matéria que muito cara a Os Verdes é a ferrovia, em relação à qual consideramos que
deveria haver uma aposta muito mais grossa, de facto, por parte do Governo. Já aqui temos levantado a questão
da Linha do Leste. De resto, por via de Os Verdes, essa questão foi solucionada nesta Legislatura, ou seja, a
reposição do transporte diário de passageiros na Linha do Leste. Mas, Sr. Ministro, há a necessidade efetiva de
ligar a estação de Portalegre à zona industrial de modo a permitir, justamente, potenciar essa zona industrial.
Estamos a falar de criação de emprego, de instalação de empresas, de modo a promover uma aproximação à
futura linha Sines-Caia! São visões estratégicas!
Por exemplo, como é possível que não haja uma ligação direta Lisboa-Beja?! Como é possível que este
Governo não dê prioridade à eletrificação Casa Branca-Beja e depois à ligação Funcheira, de modo a, de facto,
potenciar esta capacidade de mobilidade das populações e de ligação do território? Estas são, de facto visões
estratégicas!
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, refiro só o apoio à agricultura familiar, que é
determinante. Nós temos uma PAC (política agrícola comum) que tem liquidado a nossa atividade produtiva,