I SÉRIE — NÚMERO 14
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O Governo socialista comprometeu-se e está a cumprir, o que enerva muito o PSD e o faz agitar. Pena foi
que quando foi Governo não tivesse dado a atenção devida a estes territórios.
Sr. Ministro, depois de implementadas cerca de centena e meia de medidas que inicialmente estavam
previstas, decidiu o Governo, no seu Conselho de Ministros extraordinário de 14 de julho, juntar-lhe mais 62
novas medidas, das quais gostaria de destacar as seguintes: o Programa Chave na Mão, o alargamento da
Rede de Centros de Competência TIC, o reforço dos benefícios fiscais contratuais, o reforço dos benefícios
fiscais ao investimento, o apoio a iniciativas de revitalização do comércio, a redução ou isenção de taxas para
as indústrias que se fixem nestes territórios, o fomento da animação turística, o investimento nas acessibilidades
rodoviárias de proximidade, entre tantas outras.
Sr. Ministro, estamos perante uma aposta feita por um Governo que continua comprometido com o interior e
o Orçamento do Estado para 2019 retrata isso mesmo. Portanto, pergunto-lhe: o que pode partilhar connosco
dos eixos referentes ao investimento e aos incentivos a desenvolver a curto prazo?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro Adjunto e da Economia.
Faça favor, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro Adjunto e da Economia: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Maria da Luz Rosinha, muito
obrigado pela pergunta que me coloca.
Volto a referir o que disse de início: fixar populações, atrair populações e, para isso, é preciso atrair
investimento que crie emprego. As pessoas vão atrás do emprego, pelo que para haver condições para a criação
de emprego, a instalação de unidades produtivas que valorizem ou diversifiquem a base económica das regiões
do interior do País é necessário dispormos das ferramentas adequadas. É preciso também promover-se, interna
e externamente, as potencialidades dos territórios do interior, das regiões e das diversas cidades, a sua vocação
diversificada, para que os investidores que estejam a ponderar uma decisão de investimento sejam capazes de
para lá irem.
Nesse sentido, gostaria de referir três aspetos.
Em primeiro lugar, ontem mesmo, o Conselho de Ministros aprovou um decreto-lei que cria e regulamenta o
Programa de Captação de Investimento para o Interior. Este diploma contém, essencialmente, duas vertentes.
Uma, tem a ver com a promoção externa dos territórios do interior. Agrega as agências públicas que captam
investimento, como o IAPMEI (Agência para a Competitividade e Inovação, I.P.) e a AICEP (Agência para o
Investimento e o Comércio Externo de Portugal), mas também a nossa rede consular e outras instituições
internas, no sentido de conseguir promover articuladamente oportunidades de investimento no interior do País.
Identifica as necessidades, identifica as potencialidades e, depois, esta informação é utilizada pela nossa rede
de promoção externa, que tanto sucesso tem tido nestes três anos a captar investimento externo, para também
ajudar, mais estruturadamente, a atrair investimento para o País.
A segunda vertente deste programa é, precisamente, a simplificação de procedimentos administrativos para
os projetos de investimento no interior que tenham características que justificam essa simplificação.
Finalmente, gostaria de chamar a atenção para que apenas esta estruturação da atuação da Administração
Pública não é suficiente. É preciso que tenhamos os instrumentos financeiros que apoiem as decisões de
investimento. E é por isso que, como já referi, na reprogramação do Portugal 2020, pretendemos que os fundos
sejam dirigidos especificamente aos territórios do interior numa proporção de 33% do potencial total de apoio ao
investimento privado até ao final do quadro comunitário, mas também as diversas propostas em matéria de
benefícios fiscais ao investimento na interioridade que constam da proposta de lei do Orçamento do Estado: o
reforço e a majoração dos apoios no âmbito dos contratos fiscais de investimento, o reforço do regime fiscal de
apoio ao investimento e o reforço da dedução por lucros retidos e reinvestidos. São ferramentas poderosas que
justificam a ponderação mais apurada do investimento no interior.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — A Sr.ª Deputada Maria da Luz Rosinha prescinde do seu direito de réplica.