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I SÉRIE — NÚMERO 28

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O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Falamos de uma greve que é inédita, porque é contínua, dura há mais de

um mês, atinge um número significativo de blocos operatórios espalhados pelo País e, sobre isto, o Governo

pouco tem dito — diria mesmo que pouco ou nada tem dito.

Por isso, aproveito a oportunidade para lhe fazer uma pergunta. Sei que já tentou responder, mas não

percebemos bem a sua resposta, Sr. Primeiro-Ministro, e, portanto, vou insistir: quais são os números oficiais

das consequências das greves dos enfermeiros em blocos operatórios de hospitais públicos no País até ao

momento?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Fernando Negrão, diria que não são todos os

enfermeiros, porque só alguns sindicatos estão em greve e outros não estão.

Da nossa parte, fazemos o que nos compete, que é negociar, de acordo com o nosso Programa, as carreiras

que entendemos que devem ser estabelecidas para os enfermeiros. Portanto, fazemos aquilo que nos compete,

que é negociar. Não é pelo facto de haver uma greve que temos de aceitar a reivindicação. Perante uma

reivindicação, negociamos. A opção pela greve ou pela não greve é do sindicato.

Se me pergunta se a greve às cirurgias programadas são uma prática aceitável, devo dizer que não a

considero aceitável. São mais de 5000 cirurgias que já foram canceladas. Considero isso um facto grave, mas

não me compete, naturalmente, substituir-me aos dirigentes sindicais nas decisões que tomam sobre a forma

como utilizam o direito à greve.

Aquilo que nos compete fazer — e que há pouco respondi — é, perante esta situação, organizarmo-nos para

dar a melhor resposta. Com os dados que existem neste momento, não havendo mais cancelamentos, é possível

no primeiro trimestre de 2019 fazer as cirurgias que foram agora canceladas. É esta a meta que temos e é para

isto que trabalhamos.

Gostaríamos, obviamente, que, até lá, houvesse um acordo com todos os sindicatos, de forma a podermos

ter uma carreira digna para os enfermeiros, mas sem que haja recurso a greves, que são altamente prejudiciais

para os doentes, especialmente nas cirurgias programadas.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra o Sr. Deputado Fernando Negrão.

O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, os números que conheço têm por

fonte sindicatos e ordens. Não conheço os números oficiais. Perguntei quais eram os números oficiais, e insisto

na pergunta: o Governo tem os números oficiais?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, ainda bem que recordou o papel extraordinário de

uma ordem profissional que resolve exercer funções sindicais, como se isso lhe competisse.

Aplausos do PS.

Mas, como a Sr.ª Ministra da Saúde já teve oportunidade de dizer, o número de cirurgias adiadas excede as

5000.

Aplausos do PS.