12 DE DEZEMBRO DE 2018
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Tenho a certeza, Sr. Primeiro-Ministro, de que estaremos os dois de acordo de que isto está profundamente
errado. Mas vejamos: passado cinco meses, repito, cinco meses, a mesma consulta de cardiologia tem um
tempo de espera de 1237 dias, ou seja, três anos e quatro meses.
Este é o caso da Guarda, como é, infelizmente, o caso de outros hospitais espalhados pelo País.
Não acha, Sr. Primeiro-Ministro, que é da maior urgência resolver estas situações, ou o PS descobriu que
eleitoralmente não traz vantagem nenhuma resolver este problema?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Fernando Negrão, obviamente, não podemos fazer
um debate sobre saúde a partir de análises de um caso concreto.
Protestos do PSD.
Temos de fazer uma análise do Serviço Nacional de Saúde de uma forma sistémica. Aquilo que sabemos,
hoje, é que em 2017, relativamente a 2016, o tempo médio de realização das consultas prioritárias aumentou
para 83% e sabemos, sobretudo, que, graças ao reinvestimento que está a ser feito no aumento do número de
profissionais, há mais 49 000 consultas hospitalares e mais 196 consultas nos centros de saúde do que havia
no início da Legislatura. Esta é a realidade! Se me pergunta se há atrasos, respondo-lhe que há atrasos; se me
pergunta se é suficiente, respondo-lhe que não é suficiente. Mas, como lhe digo, Sr. Deputado, quando não é
suficiente, o caminho não é voltar para trás, é continuar a fazer mais e melhor e andar para a frente.
Protestos do PSD.
É isso que iremos continuar a fazer.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Negrão.
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, se voltássemos para trás,
estaríamos muito melhor do que hoje.
Aplausos do PSD.
Muito melhor!
Sr. Primeiro-Ministro, trouxe este exemplo, porque é paradigmático da situação em que este Governo está a
deixar o Serviço Nacional de Saúde.
Estamos a falar de cardiologia, estamos a falar de consultas de natureza urgente, estamos a falar de
consultas que, para as marcar, os utentes têm de esperar três anos e quatro meses.
Sr. Primeiro-Ministro, este exemplo, tive de o trazer, porque é elucidativo do estado em que os senhores
estão a pôr o Serviço Nacional de Saúde.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Primeiro-Ministro, os enfermeiros estão em greve desde 22 de
novembro.
O Sr. João Dias (PCP): — Alguns!