I SÉRIE — NÚMERO 28
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O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — … lembrando festas de outro tempo, do tempo do seu antecessor
José Sócrates, que também anunciou o «Cheque-bebé», do qual ainda estamos hoje à espera.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, sobre conciliação entre a vida pessoal e a vida
profissional, V. Ex.ª ficou associada àquele Governo que aumentou o horário de trabalho unilateralmente…
Aplausos do PS.
… e que resolveu ajudar as crianças, apoiando mais as ricas do que as pobres, porque era percentual ao
vencimento da respetiva família.
Aplausos do PS.
Vamos negociar serenamente com os parceiros sociais o nosso programa de conciliação, porque é um
desafio do coletivo da sociedade, e ainda bem que se revê em algumas das nossas medidas.
Mas, Sr.ª Deputada, factos são factos: relativamente à execução de fundos comunitários, somos o primeiro
País em pagamentos; relativamente aos serviços públicos, este Governo tem vindo a repor, ano após ano, tudo
aquilo que o Governo anterior cortou; finalmente, em 2019, vamos ter resposto tudo o que foi cortado no Serviço
Nacional de Saúde.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — É por isso que temos mais 7000 professores, é por isso que temos mais 9000
funcionários no Serviço Nacional de Saúde, e é assim que iremos continuar a responder, tal como em relação
ao investimento público.
Permita-me que conclua, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem mesmo de concluir.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Constato com muita satisfação que a Sr.ª Deputada, depois de ter levado dois
anos a atacar os sindicatos por não fazerem greves, finalmente, faz o que lhe compete: ataca o Governo pelo
facto de os sindicatos fazerem greve.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Negrão, em nome do
Grupo Parlamentar do PSD.
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, cumprimento-o, bem como a todos
os Membros do Governo.
Sr. Primeiro-Ministro, vou começar pela área mais preocupante que se vive neste momento em Portugal, que
é, obviamente, a área da saúde.
Trago-lhe um facto muito concreto, que é elucidativo do ponto a que as coisas chegaram. Vou falar-lhe, Sr.
Primeiro-Ministro, do Hospital Sousa Martins, na Guarda.
Segundo os dados da Direção-Geral de Saúde e também do site do Serviço Nacional de Saúde, em junho,
uma consulta de cardiologia tinha um tempo de espera médio de marcação de 476 dias, ou seja, um ano e meio.