I SÉRIE — NÚMERO 28
4
esse País real pede-lhe que façamos algumas perguntas, por isso gostava que me respondesse com factos —
não com estórias ou com rodeios, mas com factos.
A primeira pergunta é esta: podemos estar descansados, Sr. Primeiro-Ministro, com a segurança das
estradas, das pontes e da ferrovia? O Governo tem ou não mapeados todos os casos críticos e está a tratar
deles preventivamente?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro (António Costa): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Assunção Cristas, nunca ouviu
ninguém deste Governo dizer que está tudo bem, porque não está tudo bem.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Pois não!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Agora, o que não confundimos são as justas expectativas das pessoas com as
promessas que não fizemos.
Nós repusemos os vencimentos, repusemos as pensões, baixámos o imposto sobre o trabalho, a carga fiscal
a que se refere sobe, como sabe, porque há mais gente empregada e, havendo mais pessoas empregadas, há
mais contribuições para a segurança social e, como o emprego tem crescido mais do que o PIB (produto interno
bruto), aumenta a carga fiscal. Mas isto não significa que as pessoas estejam a pagar mais, estão a pagar
menos. Só de IRS (imposto sobre o rendimento de pessoas singulares), as famílias portuguesas pagarão este
ano menos 1000 milhões de euros do que pagaram em 2015, quando V. Ex.ª era Ministra.
Aplausos do PS.
Nós não prometemos tudo a todos, prometemos aquilo que consta do nosso Programa de Governo e, como
até recordou o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa no passado fim de semana, já fomos em algumas matérias
mais longe do que constava do Programa do Governo.
Há mais de um ano que percebemos bem que, depois da sede de uma espera, as pessoas queiram tudo, e
já! No entanto, não podemos dar um passo maior do que a perna de forma a tornar irreversível aquilo que
conseguimos repor, porque não queremos que volte a haver um Governo como o seu, a cortar tudo o que o seu
Governo cortou. Isso nós não queremos, outra vez!
Aplausos do PS.
É graças às medidas que temos adotado que temos hoje o nível de pobreza mais baixo que o País alguma
vez teve. Isto quer dizer que a pobreza acabou? Não, Sr.ª Deputada, há muita gente que ainda é pobre, há muita
gente para quem temos de continuar a trabalhar e tomar medidas para continuar a reduzir a pobreza. Agora, o
caminho é seguir em frente e não é voltar para trás!
Aplausos do PS.
O índice de desigualdade nunca foi tão baixo como o de hoje em dia. O que é que temos de fazer agora? As
reversões fiscais de VV. Ex.as ou continuar as medidas de justiça fiscal que temos adotado? Vamos ter de
prosseguir com as medidas de justiça fiscal. É isto que temos de fazer!
Portanto, Sr.ª Deputada, não contamos histórias, apresentamos resultados e, ponto a ponto, os resultados
demonstram que as políticas estão certas, que os resultados são bons e que temos de continuar a combater a
pobreza, o desemprego, a falta de qualidade de alguns serviços públicos, a falta de capacidade de resposta.
É por isso que estamos aqui e não metemos os papéis para a reforma, é porque queremos continuar a
trabalhar para resolver o problema dos portugueses.