I SÉRIE — NÚMERO 29
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O Sr. Heitor de Sousa (BE): — A terceira pergunta, Sr. Ministro, tem a ver com o anúncio feito de um
agrupamento complementar de empresas entre a EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário),
a CP (Comboios de Portugal) e a Medway. Sr. Ministro, a minha pergunta é a seguinte: será que este
agrupamento complementar de empresas é o caminho para a futura privatização da EMEF?
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem agora a palavra, para responder a estes primeiros quatro
pedidos de esclarecimento, o Sr. Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Jesus Marques.
Faz favor, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro do Planeamento e das Infraestruturas: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Magalhães,
abordámos aqui temas que os senhores dizem que nem faziam parte das intenções para esta interpelação, mas
recordo-me bem que, na sexta-feira passada, até quase era estabelecido um prazo quando diziam «o Ministro
tem de responder e disponibilizar-se até quarta-feira senão nós cá estaremos na quarta-feira para perguntar
pela reprogramação». Chegou a primeira intervenção e, como eu disse, «enfiaram a viola no saco» e já não
tinham nada para perguntar sobre a reprogramação.
Aplausos do PS.
Protestos do CDS-PP.
Foi exatamente essa a minha referência. É a minha avaliação política da intervenção de sexta-feira passada.
Depois, houve matérias de que falei e em relação às quais, manifestamente, o Deputado Hélder Amaral
esteve distraído.
Protestos do Deputado do CDS-PP Hélder Amaral.
Sr. Deputado Hélder Amaral, para o tranquilizar a si e a todos os portugueses, aquilo que referi ao longo
deste ano como nosso propósito foi que tudo faríamos — embora, naturalmente, não possamos controlar os
processos de contratação pública, porque há reclamações, etc… Disse aqui, na minha primeira intervenção,
salvo erro duas vezes, que a obra da Ponte 25 de Abril começará até ao final deste ano, Sr. Deputado. Portanto,
como talvez não tenha ouvido essa parte, deixo-lhe essa novidade a si e ao Parlamento.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — De que ano?
O Sr. Ministro do Planeamento e das Infraestruturas: — Deste ano, Sr. Deputado!
Manifestamente, não estão com atenção à minha intervenção ou sou eu que estou a falar noutra língua.
Falando também deste tema da cacofonia e deste problema que, certamente, eu tenho com o Português,
estava aqui a pensar que se hoje, numa galeria, tivesse estado uma delegação do Parlamento de qualquer outro
país da União Europeia que também beneficie da política de coesão, deveria achar que este debate sobre a
execução do Portugal 2020 é surreal.
Os Deputados do CDS e, já há dias, o líder do PSD vieram falar do nível de execução do Portugal 2020.
Portugal está em primeiro lugar na execução dos programas com mais de 5000 milhões de euros a nível
europeu.
Aplausos do PS.
Mas há mais: entre o top 10 dos programas operacionais do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento
Regional) e do FSE (Fundo Social Europeu) na Europa, cinco desses programas são portugueses. O programa
com maior execução de FEDER, o programa com maior execução de FSE são portugueses! E os Srs. Deputados
vêm aqui dizer que Portugal tem um problema com a execução do programa Portugal 2020?!