I SÉRIE — NÚMERO 44
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Sr. Primeiro-Ministro, o que é que o Governo vai fazer? Há conclusões do grupo de trabalho ou não? Os CTT
voltam a ser públicos?
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, o Governo não se demite de
coisa nenhuma. Acontece que, no nosso ordenamento jurídico, foi retirada ao Executivo e atribuída a entidades
reguladoras a fiscalização deste tipo de contratos. Não é caso único; acontece na energia, acontece nas águas
e saneamento e acontece em vários domínios, como no setor das comunicações.
Se acha que este não é um bom modelo, poderá ser uma discussão bastante interessante. Acho que ninguém
se deve demitir de, um dia, fazer a avaliação de como é exercida em geral esta função regulatória.
Tenho ideia, aliás, de que o Parlamento já chamou o Presidente da ANACOM, que já deu explicações, assim
como também tenho verificado que a ANACOM tem imposto um conjunto de orientações aos CTT.
No que diz respeito ao Governo, o momento de intervir será em 2020 e, quando chegarmos a essa data,
interviremos. É nesse contexto que disse que não vale a pena precipitarmo-nos, decidindo no início de 2019 o
que devemos decidir em meados de 2020.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem ainda a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª CatarinaMartins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, registo que o Governo se arrependeu
da criação do grupo do trabalho ou que não gostou das suas conclusões.
Sobre os CTT, a posição do Bloco mantém-se a mesma e voltaremos a apresentar uma proposta para que
os Correios voltem a ser públicos.
Sr. Primeiro-Ministro, o processo de regularização de precários deu já luz verde a cerca de 10 000
trabalhadores, que passam a ter vínculo depois de anos de precariedade. Mas estamos a chegar ao fim de
janeiro e continuamos a ter milhares de processos por analisar, respostas negativas sem fundamentação que
possa ser considerada legítima e pessoas que já viram o seu requerimento aprovado, a vaga homologada mas
que continuam à espera que as finanças desbloqueiem a verba para que abra o seu concurso, como acontece,
por exemplo, com os 130 trabalhadores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, a quem disseram que
em janeiro já estariam a trabalhar com contrato.
Ora, janeiro está a acabar. Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, pergunto-lhe: quando vai o Ministro Mário Centeno
permitir que se cumpra o que já foi decidido pelo Governo? O Ministério da Cultura vai garantir que a lei se
cumpre na RTP relativamente aos trabalhadores em falso outsourcing que foram ilegitimamente recusados
numa primeira fase? Na educação, quantos mais meses vão esperar os técnicos especializados para que a sua
situação seja analisada, tendo em conta que já estão à espera há ano e meio? Na segurança social, o que é
que falta para regularizar a situação das 270 amas que já tiveram parecer positivo há meses?
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, não são 10 000 precários, já são
12 000.
A Sr.ª CatarinaMartins (BE): — E os outros?
O Sr. Primeiro-Ministro: — Em relação aos pareceres favoráveis, há 12 723 que já foram homologados, ou
seja, 88%.