I SÉRIE — NÚMERO 45
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Risos e protestos da Deputada do PCP Carla Cruz.
Veja o que é o burnout dos trabalhadores. Veja o que são as condições dos profissionais de saúde que
querem exercer o seu trabalho e não podem.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado, queira concluir.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Com esses o Partido Comunista Português não está preocupado.
Nem com esses, nem com os utentes do SNS, que são hoje, infelizmente, os que mais precisam de apoio.
Aplausos do CDS-PP.
Protestos do PCP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando
Rocha Andrade, do PS.
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Mota Soares, em primeiro
lugar, queria, em nome do Partido Socialista, saudar o CDS pela realização das suas jornadas parlamentares e
também cumprimentá-lo por alguns dos temas e ideias produzidos nessas jornadas, não deixando de fazer notar
que são interessantes e produtivas as ideias que o CDS produz na oposição, coisa que, aliás, me leva a dizer
que há uma mais-valia para o País em ter o CDS na oposição.
Aplausos do PS.
Por exemplo, o CDS, na oposição, tem sempre uma louvável preocupação com os efetivos das forças de
segurança. Mas quando está no Governo, como aconteceu da última vez, os efetivos das forças de segurança
diminuíram em 1100 elementos. Isto porque a preocupação, momentaneamente, vai esvair-se e só retoma
quando regressam à oposição.
Aplausos do PS.
A mesma questão coloca-se com o funcionamento dos tribunais. No debate sobre a justiça que o Sr.
Deputado ainda há pouco referia, tive oportunidade de comentar que, para os tribunais funcionarem, são
precisos, nomeadamente, juízes, e que, com este Governo, entraram nos primeiros três anos da Legislatura o
dobro dos juízes que entraram em toda a Legislatura anterior. Esse número, aliás, corresponde ao máximo da
capacidade de formação do Centro de Estudos Judiciários (CEJ).
Portanto, mais uma vez, há uma preocupação que o CDS tem, sobretudo, na oposição.
Aplausos do PS.
Deixe-me dizer, Sr. Deputado, que, quando fala na preocupação sobre a segurança, podia referir que
qualquer relatório de segurança interna desta Legislatura tem números mais baixos e melhores, em termos de
criminalidade grave e violenta, do que qualquer relatório da anterior Legislatura.
A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Bem lembrado!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Olhe que não!