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I SÉRIE — NÚMERO 45

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O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — O Ministro da Agricultura não se entende com o do Ambiente; o do

Ambiente não se entende com o da Economia; a Ministra da Cultura não se entende com os diretores-gerais por

si nomeados; o Ministro do Ensino Superior não se entende consigo próprio; a Ministra da Saúde não entende

o que é estar num Governo e o Primeiro-Ministro, esse, ninguém entende o que anda a fazer.

Aplausos do CDS-PP.

O Ministro da Agricultura já desautorizou o seu colega do Ambiente, que, de forma peregrina, defendeu que

Portugal devia importar mais e produzir menos bovinos, não se apercebendo que isso não só causa uma maior

pegada ambiental, como também, e ao mesmo tempo, produz desemprego e menor riqueza para Portugal.

Perante isto, o Primeiro-Ministro fica calado.

O mesmo Ministro do Ambiente, de forma alarmista e irresponsável, diz que os carros a gasóleo vão perder

o seu valor, não se apercebendo que a maioria das famílias e das empresas em Portugal são proprietárias de

carros a gasóleo, que muitas empresas e muitos empregos no comércio automóvel dependem exatamente

destes automóveis e até parece desconhecer que, em Portugal, se produzem carros a diesel. O Primeiro-Ministro

calado fica.

A Ministra da Cultura conseguiu mais uma proeza: nomear e exonerar a Diretora-Geral das Artes em menos

de 5 horas.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado, atenção ao tempo.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Deve ser, aliás, o cargo mais rápido da história da Administração

Pública em Portugal, uma espécie de recorde olímpico para a curta distância. O Primeiro-Ministro,

previsivelmente, ficou calado.

O Ministro do Ensino Superior, que defendeu o fim das propinas e 15 dias depois defendeu a necessidade

da existência de propinas para financiar as universidades, acusa quem não o entendeu de «leviandade». Neste

caso, ainda bem que Primeiro-Ministro ficou calado, sob pena de ser, ele também, acusado de ser leviano.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Já a Ministra da Saúde não entende que não pode desconsiderar

tudo e todos — médicos,…

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Atenção ao tempo, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — … enfermeiros, antigos ministros do PS, adversários políticos e, até,

o Sr. Presidente da República —, achando normal que uma lei de bases da saúde, elemento essencial para a

estabilidade e continuidade do sistema nacional de saúde, seja aprovada só com os votos da esquerda e da

extrema-esquerda.

Por isso mesmo, da nossa parte, a opção é clara: preparar a alternativa a um Governo que é mau…

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado, atenção ao tempo.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — … e que perdeu a oportunidade. A nossa obrigação é sermos a

alternativa, e é isso que estamos a fazer.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço aos Srs. Deputados que queiram pedir esclarecimentos que se

inscrevam.

Pausa.