I SÉRIE — NÚMERO 51
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matéria geram, devo dizer, vergonha alheia, porque revelam, realmente, um conformismo com situações de
pobreza que creio que não deveriam existir.
Verifico, de resto, Sr.ª Deputada, que, por exemplo, dados sobre a pobreza dos idosos estão totalmente
ausentes da sua intervenção. E os idosos são aqueles em que mais deveríamos pensar, quando verificamos
que são, precisamente, aqueles em relação aos quais há dados mais negativos.
Mas, Sr.ª Deputada, para não tornarmos este debate num debate de generalidades, tenho de fazer aqui um
confronto com uma medida concreta. Era em relação a isto que gostava de ter uma resposta e um compromisso
concreto da parte do Partido Socialista.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — A Sr.ª Deputada sabe que os cuidadores informais são
pessoas que estão no limite das suas capacidades, que deram uma volta radical à sua vida fruto das
necessidades daqueles que estão mais próximos, e nós, aqui na Assembleia da República, fomos capazes de
dar passos unânimes, no sentido de apresentar propostas para a criação do Estatuto do Cuidador Informal.
A verdade é que, passados quase três anos, do Partido Socialista nada ouvimos sobre essa matéria.
O CDS teve oportunidade de, ontem mesmo — e hoje, já em conferência de imprensa —, apresentar medidas
muito concretas em relação aos cuidadores informais. Fê-lo tendo em conta, precisamente, a situação prioritária
daqueles que são mais carenciados, dos cuidadores informais que estão mais expostos à pobreza.
A pergunta que lhe faço, Sr.ª Deputada, é muito simples: o Partido Socialista está disponível para aprovar
medidas que vão ao encontro dos que mais necessitam, de entre os que necessitam? O Partido Socialista está
disponível para trabalhar soluções que privilegiem os mais carenciados, que não têm voz, e que não têm tido a
voz do Partido Socialista, apesar do empenho do CDS nesta matéria?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Adão
Silva.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Wanda
Guimarães, V. Ex.ª apresentou vários números, várias percentagens, várias estatísticas, várias comparações,
nomeadamente entre o atual momento e o momento de 2011, 2012, 2013.
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — E 2015, 2016, 2017…
O Sr. Adão Silva (PSD): — Já agora, dou-lhe também mais um pequeno contributo para continuar nestas
comparações: em 2011, 2012 e 2013 havia em Portugal a bancarrota e a troica, que os senhores trouxeram,…
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — … e agora não há! Agora temos um país escorreito e a funcionar, Sr.ª Deputada!
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS):— Registe-se em ata que temos o País a funcionar!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Deixe-me dizer-lhe ainda o seguinte, Sr.ª Deputada: VV. Ex.as gostam de se
exaltar com os números atuais.
Eu já vi isto! É muito interessante ler o discurso do debate do estado da Nação, de julho de 2010, do Primeiro-
Ministro José Sócrates, porque estava tudo no melhor dos mundos. E, passados 9 meses, estávamos em
bancarrota, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Exatamente!