8 DE MARÇO DE 2019
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seio familiar, nomeadamente através da introdução de questões concretas em processos de triagem, bem como
do respetivo registo, de acordo com os referenciais técnicos existentes.
Vamos trabalhar, vamos oferecer 365 dias de luta para aperfeiçoar o sistema! O diagnóstico está feito, os
especialistas têm feito recomendações. Vamos trabalhar!
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: É este o repto que o Grupo Parlamentar
do PSD lança aqui a todos, hoje, em consenso. Que não nos resignemos e que trabalhemos, em conjunto, 365
dias do ano para debelar a violência doméstica e todas as formas de violência e para que não volte a existir uma
mulher, uma única mulher — como já aconteceu — que, durante 98 dias, recorreu ao sistema, pedindo ajuda à
polícia e ao Ministério Público, mas como o sistema não teve como a ajudar acabou por morrer. Para que isto
não aconteça, vamos trabalhar em conjunto 365 dias por ano!
Aplausos do PSD e de Deputados do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, havendo quórum, vamos passar imediatamente à votação do
Voto n.º 754/XIII/4.ª (PAR) — De pesar pelas vítimas de violência doméstica.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, na sequência do voto que acabámos
de aprovar, vamos guardar 1 minuto de silêncio.
A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.
Passamos ao segundo ponto da ordem do dia, que consiste no debate quinzenal com o Primeiro-Ministro,
que hoje tem lugar ao abrigo da alínea b) do n.º 2 do artigo 224.º do Regimento.
Em primeiro lugar, tem a palavra, para fazer perguntas ao Governo, a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, do
Grupo Parlamentar de Os Verdes.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, julgo que há uma pergunta
que, com toda a frontalidade, se impõe fazer hoje ao Sr. Primeiro-Ministro: como é que o Sr. Primeiro-Ministro
tem cara para dizer recorrentemente ao País que não há mais dinheiro para a saúde, que não há mais dinheiro
para a educação, que não há mais dinheiro para a cultura…
Risos do PSD.
… que não há dinheiro para se ter em conta a contagem de todo o tempo de serviço para os professores e
profissionais de outras carreiras especiais e que, depois, quando se trata de injetar capital na banca privada,
como é o caso agora do Novo Banco, há sempre dinheiro, ele aparece sempre e nunca falha?
Julgo que há outra coisa que é preciso dizer, Sr. Primeiro-Ministro: Os Verdes julgam que já é tempo de
deixar de fazer das pessoas tolas,…
Risos do PSD.
… quando se diz que não pagam um euro que seja para a injeção de capital no Novo Banco ou nos bancos
em geral, porque é do Fundo de Resolução que sai todo esse dinheiro. Ocorre, Sr. Primeiro-Ministro, que o
Fundo de Resolução está a ser alimentado com dinheiro dos contribuintes, porque o dinheiro que a banca lá
coloca é irrisório para os valores que estão em causa.
Portanto, em relação a esta questão do Novo Banco, o que se passou verdadeiramente — e as
responsabilidades políticas devem ser assumidas — foi o seguinte: o PSD e o CDS foram responsáveis por um
processo de resolução do BES absolutamente desastroso e de uma absoluta falsidade, e o Governo do PS
terminou o trabalho com uma venda a um valor simbólico à Lone Star, com um contrato desastroso, sorvedouro
de dinheiros públicos, que o Sr. Ministro das Finanças disse, de resto, que não iria ser necessário disponibilizar.