I SÉRIE — NÚMERO 85
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O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Isso digo eu!
O Sr. AntónioCostaSilva (PSD): — Cada português deve saber disto, para perceber o que é que o Governo
socialista anda a fazer.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: É inaceitável que, em face do trauma dos incêndios, o Governo não
seja um livro aberto! Como se isso não bastasse, veja-se o caos, a falta de transparência, a incompetência e a
suspeita generalizada que incide sobre as operações de recuperação, de reconstrução e até de indemnização
de certo tipo de danos. São, aliás, as investigações jornalísticas desenvolvidas pelo Público, umas atrás das
outras, e por outros jornais, que levantam o véu dos abusos: falta de transparência, desvios, compadrios e coisas
quejandas. Enfim!
E o que faz o Governo? Nem sequer responde àquilo que o tribunal recomenda. O que é que o Governo faz?
Finge que não se passa nada! Como é possível que, atenta esta carga traumática que vivemos, o Governo tenha
este tipo de comportamento? Que segurança, que confiança podem sentir os portugueses, os cidadãos, em
relação a um Governo assim?! Os socialistas provam, mais uma vez, que são bons na propaganda, na arte de
iludir, do teatro, da farsa, mas são muito maus a construir o progresso.
O PSD fez o trabalho de casa no Parlamento Europeu. Os Deputados do PSD, no Parlamento Europeu,
apresentaram uma iniciativa para ajudar a resolver o problema. E o que faz o Partido Socialista? Nada! Convive
apenas com a confusão do trabalho que está a ser realizado.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, inscreveram-se dois Srs. Deputados para pedidos de esclarecimento.
Como pretende responder, Sr. Deputado?
O Sr. AntónioCostaSilva (PSD): — Responderei conjuntamente, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Isabel Pires.
A Sr.ª IsabelPires (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado António Costa Silva, este
debate, a partir do título que nos deram, acaba por ser um pouco estranho, tem vários temas muito diferentes e
pode pecar por ficar aqui uma espécie de «Mixórdia de Temáticas», como se verificou na sua intervenção.
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — É o tom!
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — E, quando falamos de solidariedade europeia, há vários temas sobre os quais
temos de falar e sobre os quais o PSD tem alguns esclarecimentos a dar. Efetivamente, quando falamos de
solidariedade europeia, falamos também de fundos comunitários, porque essa dimensão deveria deles fazer
parte.
Como se viu com a recente alteração de prioridades da própria União Europeia, a solidariedade não faz, com
certeza, parte do pensamento desta União para os investimentos do próximo quadro financeiro plurianual.
Apesar disso, o Partido Socialista e o PSD fizeram um acordo relativamente a este tema, em abril de 2018, como
todas e todos estamos bem lembrados.
Acordaram, os dois partidos, princípios para a negociação do próximo quadro financeiro plurianual, e
souberam todos o que estava em cima da mesa: cortes para a coesão, prioridade à militarização e não à
solidariedade. E, já agora, este tipo de prioridades tem muita influência naquilo de que o Sr. Deputado aqui veio
falar.
A pergunta é: será que o PSD e Rui Rio estão agora envergonhados com o acordo que fizeram em abril de
2018, e daí trazerem este debate a Plenário? Estarão agora a tentar emendar algum erro, relativamente às
prioridades europeias? Ou querem tentar fazer aqui campanha europeia, quando não é, claramente, o lugar,
para o fazer?