1 DE JUNHO DE 2019
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nem das meras utopias que iam sendo criadas. Esteve muito bem o Sr. Secretário de Estado, ao dar este recado
ao Sr. Ministro Pedro Marques, mas não teve grande efeito, pois, passados uns tempos, numa audição
parlamentar, o agora ex-Ministro anunciou o maior programa de que havia memória, a nível de investimentos
em modernização da ferrovia, dizendo que, em 2018, iríamos contar com 800 km de obras no terreno. Não
fomos nós que o dissemos, foi o Governo, foi o Partido Socialista.
O Governo acabou o ano de 2018 com o caos na ferrovia, depois de vários episódios graves, do ponto de
vista da segurança e da qualidade de serviço prestado, com comboios Alfa Pendular sem ar condicionado e com
comboios a deixar cair o motor na linha. O investimento público ficou nos mínimos históricos, as cativações no
máximo de sempre e as empresas de transportes com recordes absolutos de reclamações, com a CP a destacar-
se por uma quantidade absurda de 67 reclamações por dia.
O Sr. André Pinotes Batista (PS): — Não é verdade!
O Sr. Carlos Silva (PSD): — Não foi o PSD que aprovou os Orçamentos que impediram a realização das
obras e, perante este nível de incumprimento, quero aqui afirmar que o PSD tem não só o dever mas também a
obrigação de denunciar estas falhas do Governo para com os portugueses.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Ora bem!
O Sr. Carlos Silva (PSD): — Os cidadãos têm o direito de saber e conhecer o que se passa. Isto não é
demagogia, eleitoralismo ou conversa política! Não só é legítimo como é obrigatório o PSD denunciar o caos
em que se transformou todo o serviço de transportes públicos em Portugal, de lés a lés.
Estamos a fazer esta avaliação ao fim de quatro anos, ao fim de quatro Orçamentos do Estado, e os seus
responsáveis são o partido do Governo, que é o Partido Socialista, e os partidos da oposição PCP, Bloco de
Esquerda e «Os Verdes».
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Carlos Silva (PSD): — Até admitimos que, num caso ou noutro, em teoria, possa haver uma explicação
plausível para estas situações de falência operacional das empresas, mas o Governo nunca deu explicações,
pelo contrário, crispou-se, não reconheceu as falhas…
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Exatamente!
O Sr. Carlos Silva (PSD): — … e, inclusivamente, acusou a oposição de aproveitamento político. Foi assim
até ao dia de hoje e, por isso, faço-lhe a vénia, Sr. Ministro, por ter vindo aqui pedir desculpas formais.
Os anúncios que são feitos nesta matéria criam expectativas e, nessa medida, é exigível que tenham, no
mínimo, adesão à realidade, mas, com este Governo, isto não tem acontecido.
O Sr. André Pinotes Batista (PS): — Já vinha com isso escrito de casa?!
O Sr. Carlos Silva (PSD): — Durante estes quatro anos, e apesar de saber que está em incumprimento com
os portugueses, nomeadamente com os utentes dos transportes públicos, o Governo negou sempre os atrasos,
as supressões, as avarias, ainda que seja desmentido pela opinião pública, pela comunicação social e pela
realidade.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Carlos Silva (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Ainda assim, foi também necessário o Sr. Presidente da CP dizer que não tinha condições para continuar a
sua tarefa operacional e a Sr.ª Presidente da Transtejo apelar às pessoas para não irem trabalhar em hora de
ponta.