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I SÉRIE — NÚMERO 103

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A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — … e a seriedade exige que se leia, repito, que se leia sobre os

temas que estão a ser discutidos. Desde logo, Sr.ª Deputada, se tiver oportunidade, leia o relatório da Sr.ª

Provedora de Justiça, que refere, de uma forma expressa — não é o PSD que o diz —, que nunca houve tantos

atrasos. Friso, Sr.ª Deputada, que nunca houve tantos atrasos como se têm estado a verificar nos últimos anos,

designadamente desde 2017.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Essa é que é essa!

A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Pela sua intervenção, dá-me a sensação de que o PCP acabou de

manifestar uma grande insensibilidade para com aqueles que vivem sem qualquer rendimento há mais de um

ano.

Aplausos do PSD.

Protestos do PCP.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Passamos, então, à segunda ronda de perguntas à Sr.ª

Deputada Clara Marques Mendes, sendo a primeira do Bloco de Esquerda.

Sr. Deputado Moisés Ferreira, tem a palavra.

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, cumprimento a Sr.ª Deputada Clara

Marques Mendes pela declaração política, pelo assunto que nos traz e, também, pelo momento que nos

proporcionou, por vermos o PSD, desta vez, a tentar aliar-se a greves em curso.

Protestos do PSD.

Que grande volte-face do PSD, que grande caminho que o PSD foi percorrendo para se encavalitar em

greves e para vir prestar loas a serviços públicos, serviços públicos que antes, de duas, uma, ou apelidava como

«gorduras do Estado», e portanto eram para emagrecer, para abater, ou, então, queria privatizar.

Por exemplo, a Sr.ª Deputada começou por falar da saúde. O PSD, na saúde, tinha uma lista de cerca de 30

hospitais para entregar a entidades privadas. Não sei se está lembrada disso. Não sei se era uma tentativa de

melhorar o serviço público acabando com ele, ou seja, para acabar os problemas do serviço público, acabava

com o próprio serviço público.

Mas como as declarações políticas na Assembleia da República também devem servir para os partidos virem

dizer ao País o que propõem para determinados assuntos, para determinadas áreas, gostava de aproveitar a

oportunidade para colocar algumas questões.

Começou por falar sobre as greves em curso e eu gostava de falar-lhe sobre médicos. Está o PSD disponível

para defender, por exemplo, a exclusividade dos médicos e dos outros profissionais no Serviço Nacional de

Saúde, para garantir que o Serviço Nacional de Saúde tenha cada vez mais profissionais e que eles não sejam

drenados para o privado? Sim ou não?

Está o PSD disponível para rever a sua posição sobre a formação de mais médicos especialistas? Em vez

de apoiar um regime jurídico criado pelo PSD, que gerou indiferenciação dos médicos, está disponível para vir,

agora, ao encontro das propostas do Bloco de Esquerda para aumentar as vagas para médicos especialistas,

para termos mais médicos especialistas no País? Sim ou não?

Sobre enfermeiros, está disponível para rever a carreira dos enfermeiros, para acompanhar o Bloco de

Esquerda na intenção da revisão da carreira de enfermagem, para uma contagem integral do tempo dos

profissionais, para garantir o igual tratamento entre contratos individuais de trabalho e contratos de trabalho em

funções públicas? Sim ou não?

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Termino com isto, Sr. Presidente.