02 DE NOVEMBRO DE 2019
17
ou num casamento sólido e duradouro, em qualquer circunstância, o enxoval por que o Governo tanto anseia
terá necessariamente de ter como contrapartida a felicidade desta exigente noiva.
Aplausos do PSD.
Uma nubente cara que, seguramente, exigirá do seu companheiro socialista alguma ginástica financeira com
o magro rendimento de que dispõe, agora que já não viveremos tempos de grande euforia económica.
É neste enquadramento que dificilmente poderemos ver melhorada não só a capacidade e a vontade para
fazer reformas no sentido certo, como também a redução substancial da pressão fiscal sobre os portugueses ou
a capacidade de controlo da despesa pública sem ser por recurso a abundantes e cegas cativações.
Vemos como particularmente difícil que um Governo sustentado no Parlamento, por partidos de ideologia
comunista…
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — O papão de que têm medo!
O Sr. Rui Rio (PSD): — … consiga olhar para os empresários como agentes criadores de emprego e de
riqueza, fugindo à lógica dos seus pares, que sempre os tendem a ver como detentores do capital que oprime a
classe operária e alimenta a luta de classes.
Aplausos do PSD.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Parece o Cavaco!
O Sr. Rui Rio (PSD): — Sr. Presidente, de acordo com o que sempre tenho dito e praticado, o PSD cumprirá
com sentido de Estado a sua função de principal partido da oposição.
Colaboraremos em tudo aquilo que for positivo para o País, denunciaremos o que estiver a ser mal executado
ou esquecido, opor-nos-emos a tudo o que, na nossa ótica, possa não servir os interesses de Portugal.
Não estaremos aqui para destruir nem para criticar tudo o que os outros possam fazer. A política do «bota
abaixo» carece de inteligência e é própria de quem não se move pelo interesse público mas, sim, pelo seu
interesse individual ou partidário.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Começa mal! Começa ao contrário!
O Sr. Rui Rio (PSD): — O PSD move-se pelo interesse nacional.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Rui Rio (PSD): — Por isso, obedeceremos sempre à razão, enfrentaremos sempre a realidade, com
coragem e verdade. São elas que nos devem nortear na ação política.
Seremos, pois, em obediência ao mandato que o povo nos conferiu, uma oposição construtiva mas dura,
incisiva, implacável para com as falhas da governação, porque é assim que honramos o nosso mandato e melhor
servimos Portugal.
Aplausos do PSD, de pé.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente: — Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Sr. Presidente, o Grupo Parlamentar do PS queria fazer uma interpelação
à Mesa sobre a condução dos trabalhos.