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I SÉRIE — NÚMERO 42

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O PSD apoia este decreto do Sr. Presidente da República e votará a favor da autorização. Mas é também

preciso que o País saiba que o PSD apoia o Governo neste combate. Estamos numa emergência nacional.

Temos uma ameaça a combater. Aquilo que se exige é unidade, solidariedade entre todos e sentido de

responsabilidade, em nome do interesse nacional.

Para mim, neste combate, este não é um Governo de um partido adversário, é o Governo de Portugal, que

todos temos de ajudar neste momento.

No combate a esta calamidade o PSD não é oposição, é colaboração. Neste momento, temos de ser todos

soldados na disponibilidade para ajudar neste combate, para ajudar Portugal a vencer com o menor número de

baixas possível.

Sr. Primeiro-Ministro, conte com a colaboração do PSD. Em tudo o que nós pudermos, ajudaremos. Desejo-

lhe coragem, nervos de aço e muita sorte, porque a sua sorte é a nossa sorte.

Aplausos do PSD, de pé, e de Deputados do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Catarina Martins, pelo Grupo

Parlamentar do Bloco de Esquerda.

Faça favor, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Membros do Governo,

Sr.as e Srs. Deputados: Estamos a viver uma crise inédita e que causa natural alarme. Vemos a impreparação

de todo o mundo perante um vírus que não conhece fronteiras e contra o qual não temos ainda armas eficazes.

Recebemos com pesar a notícia de duas vítimas mortais em Portugal e estamos solidários com a dor das

suas famílias e amigos.

Acompanhamos com preocupação o aumento do número de infetados e fazemos votos de rápida

recuperação de todos os que estão doentes. Estamos a viver uma crise inédita e que, sim, exige uma resposta

inédita, e vemos como em todo o País essa resposta está a ser dada.

Aos profissionais de saúde, todos eles, que estão a dar essa resposta inédita, obrigada!

À generalidade da população, que está a seguir de forma exemplar as orientações da Direção-Geral da

Saúde, obrigada!

Às forças de segurança, aos trabalhadores dos setores público e privado, que garantem o funcionamento de

serviços essenciais, obrigada!

As pessoas em vigilância e isolamento profilático, o povo de Ovar, que está sob quarentena geral, todos

estão a dar essa resposta inédita. Obrigada!

Devemos orgulhar-nos do que estamos a demonstrar enquanto País.

Mantivemos o essencial: a serenidade pública e uma profunda mudança de comportamentos, tal como

recomendado pelas autoridades de saúde. Não desconhecemos, no entanto, que pode haver quem não esteja

à altura do momento e até quem se tente aproveitar da crise: a vaga de despedimentos de trabalhadores

precários a que estamos a assistir neste momento; o abuso laboral de algumas empresas que arriscam

irresponsavelmente a saúde dos trabalhadores, recusam planos de contingência e até a proteção dos grupos

de risco; a vampirização do Serviço Nacional de Saúde pelo negócio privado da saúde, que se fecha na resposta

à crise, na esperança de vir a ter as contratualizações dos casos mais simples a que o SNS não pode responder

agora, pois tal seria fazer negócio com a crise.

Protestos do PSD.

Como acontece com as empresas que produzem material essencial ao País neste momento, desde logo

máscaras e equipamentos de proteção individual, e que optam pela exportação.

Têm de ser chamados à responsabilidade e o Governo tem de agir. Não podemos tolerar quem se aproveita

da crise.

Aplausos do BE.

Para agir, o Governo precisa de instrumentos. Para isso, e só para isso, deve servir o estado de emergência.