I SÉRIE — NÚMERO 8
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respeito e ter uma vida com dignidade. Nunca vimos os mais velhos como um peso ou um custo para o Estado,
mas, sim, como pessoas a quem a minha geração e as gerações mais novas devem muito.
É por isso que vemos com enorme satisfação o PSD querer agora melhorar a vida destas pessoas. É com
enorme satisfação que vemos o PSD, com este projeto, juntar-se ao Partido Socialista e ao Governo na luta
contra este problema.
Vozes do PSD: — Oh!…
O Sr. Hugo Oliveira (PS): — E digo mesmo «juntar-se», porque muitas das medidas propostas pelo PSD no projeto há muito que estão a ser implementadas.
O Partido Socialista e o Governo promoveram o reforço efetivo da cooperação social desde 2016, em
especial nos lares, com um aumento e uma melhoria da oferta de vagas em lares. Mas também promovemos e
melhorámos a fiscalização, e desde 2016 já foram realizadas mais de 2600 fiscalizações a lares, o que levou ao
levantamento de mais de 1600 autos, o que resultou no encerramento de mais de 500 lares.
O Partido Socialista, além de aumentar a oferta dos lares, de fiscalizar os lares, tem efetivado também
esforços para a regularização dos lares «ilegais» que sejam suscetíveis de cumprir as regras e simplificámos o
licenciamento de novos lares, eliminando o duplo licenciamento, assim como criámos o programa PARES 3.0
(Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais), que prevê um investimento de 110 milhões de
euros para o alargamento da rede de equipamentos sociais, com a finalidade de aumentar a capacidade já
instalada.
E, na preparação para o próximo inverno, que será ainda mais exigente, já está acautelado: criação de 18
brigadas de intervenção rápida; linha telefónica de apoio a lares; nova testagem em lares de acordo com critérios
de risco…
Protestos do PSD.
O Sr. Hugo Oliveira (PS): — Tenham calma, Srs. Deputados, que ainda têm mais para ouvir. Ou seja, já estamos a executar o que o PSD hoje propõe. O mesmo PSD que, enquanto no Governo com o CDS-PP, tomou
uma única medida relativamente aos lares, que foi aumentar o número de camas por quarto, sem qualquer
preocupação pelas condições de conforto e sanitárias dos utentes.
Essa mudança de pensamento e atitude do PSD em relação ao bem-estar dos idosos é bastante positiva.
Esperemos é que seja verdadeira, que apague os anos de má memória em que os idosos, para o PSD, eram
uma espécie de «peste grisalha», um custo para o Estado.
Hoje, Dia Internacional do Idoso, o Partido Socialista reforça o seu compromisso de continuar a lutar para
que os nossos idosos tenham uma vida digna. Porque os nossos idosos, por tudo aquilo que deram ao nosso
País, por toda a sua sabedoria e experiência, são mesmo o melhor que Portugal tem.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para uma intervenção, a Deputada Mariana Silva, do PEV.
A Sr.ª Mariana Silva (PEV): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O índice de envelhecimento em Portugal, que se situa perto dos 144%, tem implicações evidentes sobre a nossa organização social, sendo
fundamental assegurar que a maior longevidade que hoje as pessoas atingem é acompanhada pela garantia de
uma qualidade de vida e de bem-estar das pessoas idosas.
Esta situação acaba por exigir adaptações e respostas aos diversos níveis, designadamente por parte dos
serviços de segurança social e saúde, entre outros.
A Constituição da República Portuguesa consagra direitos para a população idosa, nomeadamente no artigo
72.º, que determina que: «1 - As pessoas idosas têm direito à segurança económica e a condições de habitação
e convívio familiar e comunitário que respeitem a sua autonomia pessoal e evitem e superem o isolamento ou a
marginalização social.