I SÉRIE — NÚMERO 27
76
Aplausos do PS.
Ora, o que nós queremos não é só que haja um Orçamento, é que haja um Orçamento em que o Estado de
direito seja cumprido e garantido em todos os Estados-membros.
O Sr. Presidente: — Obrigado, Sr. Primeiro-Ministro. Tem de terminar.
O Sr. Primeiro-Ministro: — E para terminar, Sr. Presidente, gostaria só de recordar o seguinte: espero que, em Portugal, ninguém tenha dúvidas sobre qual é a posição deste e de qualquer outro Governo português. Isto
porque o que levou Portugal a pedir a adesão à União Europeia não foi para termos uma moeda única que, na
altura, nem sequer existia, não foi para aderir ao mercado interno, que, na altura, também não existia e tenho a
certeza de que não foi para aderir a uma união aduaneira, que já existia.
Aquilo que determinou a apresentação do pedido de adesão de Portugal à, então, Comunidade Económica
Europeia, em 1977, não foi nem a moeda, nem o mercado, nem a união aduaneira, foi mesmo os valores, foi
consolidar a nossa democracia e a nossa liberdade. Foi por isso que entrámos na União Europeia e é por isso
que estamos na União Europeia.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Chegámos, assim, ao final deste debate do sexto ponto dos nossos trabalhos. Temos, agora, o sétimo ponto da nossa agenda, composto pela apreciação, sem tempos, do Relatório e
Conta de Gerência da Assembleia da República relativos ao ano de 2019.
Segue-se o oitavo ponto, que consiste na apreciação, na generalidade, sem tempos, das Propostas de
Resolução n.os 5/XIV/1.ª (GOV) — Aprova o acordo sobre a participação da Croácia no espaço económico
europeu, assinado em Bruxelas, em 11 de abril de 2014, 8/XIV/1.ª (GOV) — Aprova o protocolo sobre os
privilégios e imunidades do Tribunal Unificado de Patentes, feito em Bruxelas, a 29 de junho de 2016, 9/XIV/1.ª
(GOV) — Aprova o acordo sobre transporte aéreo entre a República Portuguesa e a República do Peru, assinado
em Lisboa, a 26 de fevereiro de 2019, 12/XIV/2.ª (GOV) — Aprova o Acordo-quadro entre a República
Portuguesa e as Nações Unidas sobre Reuniões das Nações Unidas a ter lugar na República Portuguesa,
assinado em Nova Iorque, em 11 de maio de 2020, 14/XIV/2.ª (GOV) — Aprova a convenção sobre a repressão
de atos ilícitos relacionados com a aviação civil internacional, adotada em Pequim, em 10 de setembro de 2010,
e 15/XIV/2.ª (GOV) — Aprova o acordo entre a República Portuguesa e a República do Paraguai sobre a
transferência de pessoas condenadas, assinado em Lisboa, em 11 de maio de 2017.
Como são pontos sem atribuição de tempos para discussão, vamos passar diretamente às votações
regimentais, para as quais temos quórum.
Começamos pelo Projeto de Voto n.º 410/XIV/2.ª (apresentado pelo PAR e subscrito por Deputados do PSD,
do BE, do PAN e do IL, pela Deputada não inscrita Joacine Katar Moreira e por Deputados do PS) — De pesar
pelo falecimento de Eduardo Lourenço, que era uma pessoa com quem eu tinha uma relação afetiva de muitos
anos.
Peço à Sr.ª Vice-Presidente Edite Estrela o favor de proceder à respetiva leitura.
A Sr.ª Edite Estrela (PS): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte teor:
«Faleceu, no passado dia 1 de dezembro, o professor, filósofo, crítico e ensaísta Eduardo Lourenço, aos 97
anos.
Nascido a 23 de maio de 1923, em São Pedro do Rio Seco, Guarda, Eduardo Lourenço de Faria encontrou
na Universidade de Coimbra as condições propícias à reflexão que haveria de prosseguir durante toda a sua
vida. Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas em 1946, é Assistente da Faculdade de Letras entre 1947 e
1953, ano em que assume as funções de Leitor de Cultura Portuguesa nas Universidades de Hamburgo e de
Heidelberg, exercendo idênticas funções na Universidade de Montpellier entre 1956 e 1958. Depois de uma