23 DE OUTUBRO DE 2021
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E não esquecer é não deixar que tudo fique na mesma, não deixar que tudo volte ao que era antes da
pandemia. Não esquecer é tirar lições da pandemia. Desde logo, três, muito rápidas…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Vou terminar, Sr. Presidente. Como estava a dizer, desde logo, três, muito rápidas: que o Serviço Nacional de Saúde tem de ter mais e
os profissionais de saúde merecem mais; que a precariedade não pode ser a regra, principalmente para os
novos contratos e para os jovens; e que existem condições de vida que tornam mais vulneráveis à doença
determinadas pessoas…
O Sr. Presidente: — Obrigado, Sr. Deputado.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — … e que essas condições de vida devem ser melhoradas, nomeadamente a habitação e o trabalho. Isto não pode ser esquecido.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Nelson Silva, do PAN.
O Sr. Nelson Silva (PAN): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Começo por saudar os promotores desta iniciativa, à qual o PAN endereça uma especial palavra de apreço. Esta pandemia, que foi, na realidade, a
mãe de todas as pandemias, porque dela, como já foi aqui referido, e bem, derivaram a pandemia da crise
socioeconómica, mas também derivou a pandemia silenciosa da doença mental.
O País pode ficar, e tem de ficar, grato aos seus heróis e heroínas que salvaram milhões de vidas no nosso
País: os profissionais de saúde e todos os profissionais que permitiram que Portugal continuasse, que Portugal
continue. A valorização destes profissionais, porém, não pode continuar a ser evocativa e tem de se passar,
sim, das palavras às ações.
Também não esquecemos o papel fundamental das organizações não governamentais, que se
substituíram e continuam a substituir ao Estado ao apoiarem milhares de famílias, que viram nesta pandemia a
sua situação ficar mais fragilizada.
Também não podemos esquecer que as questões ambientais, que foram parte integrante da origem desta
pandemia, não podem ficar para trás. São necessárias alterações e mudanças estruturais quer no setor
ambiental, quer socioeconómico e de apoio, especialmente, às famílias e pessoas mais vulneráveis.
Saudamos e homenageamos as vítimas e suas famílias deste flagelo global. Que esta pandemia tenha
servido, de facto, de lição e que Portugal aprenda com os erros que cometeu no passado e que levaram a
milhares de vidas perdidas, mas também a milhares de vidas salvas.
Mais uma vez, reiteramos o apelo: não podemos ficar pelas evocações, devemos passar, sim, à ação.
Aplausos do PAN.
O Sr. Presidente: — É a vez do Grupo Parlamentar do PS, através da Sr.ª Deputada Maria Antónia Almeida Santos.
A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Grupo Parlamentar do Partido Socialista saúda a iniciativa deste voto de solidariedade, que associa a Assembleia da República à
Jornada de Memória e Esperança, que decorre nos próximos dias. Saudamos os promotores desta grande
iniciativa.
A este propósito, devemos recordar todos os que partiram, vítimas desta pandemia, e dirigir uma palavra
de conforto e solidariedade a todas as famílias e a todos os amigos que, infelizmente, sofreram este desgosto.