23 DE OUTUBRO DE 2021
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francamente mal. Não vale a pena escamoteá-lo hoje, se queremos fazer essa memória, porque daí
poderemos tirar lições para o futuro.
Em relação ao que correu bem, já aqui foi dito que o País, Portugal, os portugueses reagiram globalmente
bem, demonstrando algo que sabíamos da nossa História enquanto portugueses: que, nos momentos mais
difíceis, nos momentos mais críticos, os portugueses estão juntos, agigantam-se, por assim dizer, e
respondem às dificuldades. Vimos isso nas instituições, vimos isso nos profissionais de saúde, vimos isso nos
bombeiros, vimos isso nas forças de segurança, vimos isso em tantos e tantos autarcas a nível da freguesia
por esse País fora, vimos isso em tantos voluntários, da igreja ou não, que se juntaram para ir a casa das
pessoas levar comida, levar medicamentos, não deixar que ninguém ficasse esquecido ou que ficasse para
trás. Isso foi o que correu bem.
O que correu mal — e não o podemos esquecer — foi que, em todo este processo, houve muitas
hesitações. Basta lembrar o seguinte: era para usar máscara, não era para usar máscara; era para vir com
máscara, não era para vir com máscara; era para vacinar toda a gente; era para começar por uns, era para
começar por outros; era para fechar, era para abrir…
O Sr. Presidente: — Muito obrigado, Sr. Deputado. Já ultrapassou o tempo de que dispunha.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Estou mesmo a terminar, Sr. Presidente. Houve muitas hesitações, Sr. Presidente, e daí é preciso tirar lições. Lição, claro, da importância do Serviço
Nacional de Saúde, mas também da utilização de toda a capacidade instalada e de todo o sistema dos
privados e dos cooperativos,…
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … lições de solidariedade, lições de resiliência, para que o País saia mais forte, porque não sabemos ainda hoje, como disse, todas as consequências deste drama, que poderão
advir para futuro.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada não inscrita Cristina Rodrigues.
A Sr.ª Cristina Rodrigues (N insc.): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Cumprimento e saúdo os promotores destas jornadas.
Em primeiro lugar, queria endereçar as mais sentidas condolências às famílias e aos amigos das vítimas da
COVID-19 e também desejar rápidas melhoras a todos aqueles que se encontram, atualmente, internados.
Gostaria, também, de saudar os profissionais de saúde, forças e serviços de segurança e todos aqueles
que estiveram na linha da frente de combate à pandemia e que, com a sua persistência e trabalho, permitiram
que os restantes pudessem viver na normalidade possível.
Portugal é o país do mundo com o mais elevado nível de vacinação contra a COVID-19 — algo que é
motivo de orgulho —, o que só foi possível com o esforço de todos os que, apesar do cansaço, nunca
baixaram os braços.
A pandemia provocou uma crise económica e social sem precedentes, que afetou, particularmente, as
pessoas numa situação de especial vulnerabilidade, alterou a forma como vivíamos, o que teve também
impactos profundos na saúde mental dos portugueses.
Por isso, apesar da importância do caminho que fizemos, é fundamental continuar a resistir e a
acompanhar os seus efeitos e continuar a trabalhar para minimizar todos os impactos provocados por esta
pandemia.
O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra, e para concluir este debate, a Sr.ª Deputada não inscrita Joacine Katar Moreira.