I SÉRIE — NÚMERO 16
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O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Mas é uma lista de supermercado que nem sequer é para quem vai às compras a cumprir, ou, neste caso, para que o Governo a execute. É uma lista só para inglês ver ou, neste caso,
para português ver.
Aquilo que sabemos é que esta lista de supermercado que o senhor aqui nos apresentou baseia-se não nas
palavras lindas e magníficas que expressou, mas no comportamento do Governo apoiado pelo Partido Socialista
ao longo dos últimos seis anos.
É que promessas há muitas e podem até enganar as pessoas durante algum tempo, mas chega o momento
em que as pessoas dizem: «Basta! Basta!» E sabe porque é que basta? Porque, nos anúncios que são feitos
relativos a médicos de família, todos os anos se diz «é agora!», mas as pessoas continuam sem médico de
família.
Sobre os investimentos nos hospitais, os senhores dizem que vão acontecer, mas não acontecem e os
anúncios repetem-se ano após ano para os mesmos hospitais.
Os computadores que eram para chegar às famílias não chegam.
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Exato!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Tudo isso porque os investimentos não se concretizam, seja na ferrovia, seja nas outras áreas.
Portanto, são palavras lindas, mas a realidade é bem diferente.
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Muito bem!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — O que os senhores nos têm vendido são ilusões. Ilusões! E quando as pessoas despertam concluem que a realidade é muito diferente.
Ora, é essa diferença que vai hoje e amanhã ficar aqui evidente para todos. É que o Partido Socialista vendeu
ilusões, mas, cada vez mais, nós estamos mais na cauda da Europa e, por isso, é preciso uma política diferente.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Carneiro.
O Sr. José Luís Carneiro (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Duarte Pacheco, como é evidente, e como resulta das palavras de grande
responsabilidade que o Sr. Primeiro-Ministro tem pronunciado publicamente, o Partido Socialista e o Governo
não querem eleições. Aliás, o esforço que têm feito — esforço sincero, autêntico, genuíno — mostra que há uma
vontade muito forte de aproximação das posições políticas com aqueles que têm suportado as opções políticas
do Governo para, neste momento tão exigente para o País, garantirmos condições de estabilidade política,
dados os compromissos não apenas com as instâncias que contribuem, de forma decisiva, para financiar os
nossos níveis de vida e os nossos níveis de investimento, mas também para cumprirmos na plenitude os
compromissos que assumimos com os cidadãos.
Mas há uma coisa que lhe posso dizer, Sr. Deputado Duarte Pacheco, como também já foi dito pelo nosso
Primeiro-Ministro: nós, em circunstância alguma, desejamos eleições, mas também não temos medo de
eleições, e espero que, se elas ocorrerem, sejamos mais bem-sucedidos do que o senhor foi na sua última
campanha eleitoral. É que nós esperamos mesmo ganhar as eleições se elas vierem a ocorrer.
Aplausos do PS.
Agora, se me derem um minuto de atenção, queria mostrar-lhes alguns gráficos.
Protestos de Deputados do PSD.
Srs. Deputados do PSD, pedia-lhes que respeitassem os argumentos das outras bancadas.