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I SÉRIE — NÚMERO 18

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discurso crítico à realidade económica do País não colava. Por isso, não o fez e preferiu optar pelo seu

programa eleitoral, pela sua ação de campanha.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Fernando Anastácio, não levo nada a mal as piadas sobre o arraial, mas convinha que tivessem graça. A piada não teve muita graça.

O Sr. Fernando Anastácio (PS): — Para si!

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Houve alguma sensibilidade suficiente para perceber que fui àquela tribuna reconhecer que vamos ter eleições antecipadas e explicar aos portugueses sobre o que vamos

falar. Não vou dizer uma coisa aqui e outra lá fora, ou seja, é exatamente o contrário daquilo que o senhor

pretendeu dizer. Digo exatamente aqui — como acabei de fazer — o que direi em campanha. Cá estaremos,

no fim dessa mesma campanha, para verificar se não foi exatamente aquilo de que falei.

Se o Sr. Deputado encontrou contradições entre os dois discursos ou entre os discursos e o programa, só

pode ter ouvido mal os discursos ou não ter lido o programa. Suspeito que é um pouco dos dois. Por exemplo,

se diz que a proposta do Iniciativa Liberal de taxa única de IRS abandona a progressividade, então é porque

não a leu ou então não sabe o que é a progressividade.

O Sr. Fernando Anastácio (PS): — Eu li!

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Ai leu?! Então, explique-me lá como é que a nossa proposta não é progressiva! É, com certeza, pois basta haver qualquer isenção — a nossa proposta tem uma isenção que,

neste momento, vai em 700 €, mais deduções específicas de 200 € por filho — para ser progressiva.

O Sr. João Paulo Correia (PS): — Se, se, se!…

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Em segundo lugar, diz que pedimos apoios de mundos e fundos do Estado para as empresas. Onde? Redução fiscal é um apoio às empresas? Sr. Deputado, vamos lá ver se

nos entendemos: o dinheiro que o Estado cobra às empresas era originalmente de quem? O dinheiro que o

Estado cobra às pessoas era originalmente de quem? Reduzir os impostos e devolver os impostos às pessoas

é dar dinheiro a quem? Essa noção de que o dinheiro dos impostos é dinheiro do Estado e de que o Estado

faz o grande favor de o devolver às pessoas é o pecado original. É contra isto por que nos debatemos!

Quanto aos serviços públicos e ao que defendemos para os serviços públicos, mais uma vez digo que não

leu o programa ou fingiu que o leu ou leu-o mal. O que nós defendemos não é que o Estado pague mais pelo

Serviço Nacional de Saúde. Até acabei de dizer que está a gastar mais 30% e que não está a funcionar

melhor! Acha que é uma questão de dinheiro? Vai chegar a essa conclusão quando gastar mais 200% do que

aquilo que gasta hoje? Há maneiras diferentes e melhores, em nossa opinião, de o fazer. Quando eu tiver

mais de 6 minutos de tempo de intervenção, explicarei exatamente o que é a reforma do Serviço Nacional de

Saúde. Até lá, volto a dizer o que disse em resposta ao seu colega Miguel Costa Matos, que não teve sequer a

cortesia de mencionar o meu nome na sua resposta.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.

O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Mas eu vou mencionar o seu: Sr. Deputado Fernando Anastácio, digo-lhe que o crescimento económico de que o PS tanto se ufana só foi convergente com o da União

Europeia quando as suas três maiores economias estavam abaixo desse crescimento médio. É óbvio que

foram as outras que divergiram e que não fomos nós que convergimos.