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I SÉRIE — NÚMERO 18

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O PCP, morto e ferido por perder câmaras municipais fundamentais neste País, quer agora largar o seu

parceiro de sempre por perceber que nem Loures lhe valeu para ganhar e manter uma autarquia que acabou

por perder para o Partido Socialista.

O Partido Socialista, esse, claro, com os tiques de José Sócrates sempre presentes, foi a correr para

Belém para dizer que quer eleições o mais rapidamente possível. É vê-los desfilar à saída de Belém e à

entrada de São Bento a dizerem: «Por favor, queremos eleições rapidamente, porque temos uma maioria

absoluta para ganhar».

Depois das eleições, este Parlamento vai ficar, provavelmente, muito diferente…

Protestos de Deputados do PS.

… e deixem-me dizer-vos que não vamos ter saudades do atual Parlamento. Este Parlamento é o que

deixa o País com pior poder de compra em relação há 11 anos; este Governo socialista deixa o País mais

pobre em relação há 11 anos; este Parlamento e este Governo deixam Portugal atrás de países de leste.

Ouvimos aqui hoje enaltecer a inovação em Portugal, mas esquecem que uma grande parte do País ainda

não tem rede nem acesso a comunicações.

Foi isso que este Parlamento nos deu e é isto que nos deixa o Governo socialista: um País mergulhado no

debate e na ladainha do racismo e dos fantasmas que não existem para esquecer o que verdadeiramente

importa, a luta contra a corrupção endémica que está instalada em Portugal e que continua a destruir o nosso

País.

Protestos de Deputados do PS.

Aliás, é este Alzheimer coletivo que marca bem esta Legislatura. Se há uma imagem que vai marcar este

Parlamento e este Governo talvez seja esta: Ricardo Salgado com Alzheimer de férias na Sardenha. É,

provavelmente, a melhor imagem que fica deste Governo e deste Parlamento.

E quando deixámos para trás tantos portugueses, o que vamos discutir na quinta-feira é a eutanásia.

Depois de deixarmos para trás pensionistas, depois de deixarmos para trás os cuidados paliativos na saúde,

depois de deixarmos um SNS à beira da rutura, o que temos para dar aos portugueses, apressadamente e

com medo de uma maioria de direita neste Hemiciclo, é a morte medicamente assistida, que vai ser debatida à

pressa e aprovada a três pontapés nesta Assembleia da República,…

Protestos da Deputada do PS Maria Antónia de Almeida Santos.

… como se este não fosse o País com as pensões mais baixas da Europa, como se este não fosse o País

com uma das maiores taxas de emigração jovem da União Europeia, como se este não fosse o segundo País

com o salário médio bruto mais baixo da União Europeia.

Como é que podemos pedir aos portugueses que olhem seriamente para este Parlamento, quando, na

altura que antecede a sua dissolução, se apressa a discutir, mais uma vez, tudo o que não tem interesse para

os portugueses comuns e para aqueles que lá fora esperavam alguma solução?

Mas dirijo-me hoje à direita de forma particular. É a direita que terá de se apresentar como alternativa a

esta maioria parlamentar, é a direita que terá de ser capaz de impedir que esta mancha socialista alargue

ainda mais, quer para o seu bloco esquerdo, quer para o seu bloco direito.

Cabe-nos a nós fazer e mostrar a diferença de que temos uma alternativa para Portugal e essa alternativa

não pode ser a alternativa dos cortes, não pode ser a alternativa das reduções, tem de ser a alternativa de

mais riqueza e de mais distribuição de rendimentos, tem de ser a alternativa de melhor emprego e de uma

atualização inédita das pensões, pois temos dos pensionistas mais mal pagos da Europa.

No outro dia, enquanto percorria uma parte do País, um bombeiro ferido em Pedrógão aproximou-se de

mim. Recebia 143 €/mês. Este é o País vergonhoso que paga a alguns que estão presos milhares de euros e

que esquece bombeiros feridos em combate que estiveram a lutar e a dar corpo pelo seu País para lhe dar o

mínimo de dignidade.