I SÉRIE — NÚMERO 26
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Com o PSD, todas as pessoas que hoje ocupam uma cama de hospital não tendo uma doença aguda que o
justifique verão a sua situação social resolvida e libertaremos essas camas para os doentes que delas precisem.
Com o PSD, o acesso aos cuidados paliativos passará a ser uma prioridade imediata. Não pode continuar a
haver doentes em fim de vida ou com dor crónica a viver em sofrimento quando há alternativas. Não o
permitiremos!
Ao mesmo tempo que se impõem estas medidas de emergência, dando resposta imediata às necessidades
mais prementes dos doentes, um governo do PSD implementará, em simultâneo, as tão necessárias reformas
estruturais do Serviço Nacional de Saúde.
Assumimos que a nossa prioridade será a de incentivar os ganhos efetivos em saúde. Um ministro da saúde
não pode limitar-se a ser um mero contabilista que enumera quantas consultas e cirurgias se realizam a cada
ano no SNS.
O Ministério da Saúde tem de assumir a melhoria da saúde individual da população como linha condutora da
sua ação. Para tal, impõe-se um novo modelo de financiamento, que incentive e premeie os profissionais e as
instituições que melhoram os indicadores de saúde e a qualidade de vida dos doentes. E devem os doentes
fazer parte dos processos de decisão e definir o que são esses ganhos em saúde. Ninguém conhece melhor a
doença do que o doente que vive com ela, todos os dias.
Protestos do PS.
Nessa senda, a saúde pública, assim como a saúde mental, deixarão de ser, de uma vez por todas, os
parentes pobres do SNS, assumindo-se como pilares estruturais da nossa reforma. Ao invés de uma visão
centrada nos hospitais, passaremos a olhar para o sistema de saúde como um todo, com primazia nos cuidados
de saúde primários e incluindo todos os setores. Um país com pouco meios, como Portugal, não se pode dar ao
luxo de ignorar recursos que existem no território só porque o proprietário não é o Estado. Como ainda nesta
semana afirmou a ex-Ministra da Saúde socialista Dr.ª Maria de Belém Roseira, «as pessoas não se tratam com
discussões ideológicas.»
Assumiremos a aposta na universalização das unidades de saúde familiar e das unidades locais de saúde,
de modo a garantir a devida adaptação do sistema às diferentes realidades locais do País. É fundamental dar
autonomia de gestão a quem gere as instituições. Mais, assumiremos que o SNS tem de voltar a ser apelativo
para os profissionais, valorizando-os e dando-lhes condições para desenvolverem uma carreira clínica e de
investigação ao nível das melhores práticas internacionais. Fazendo-o, serviremos melhor todos os cidadãos.
Portugal tem uma elevada esperança média de vida à nascença, mas as pessoas mais velhas vivem os seus
últimos anos com pouca qualidade de vida. Os mais idosos não podem continuar abandonados à sua sorte.
Exigem-se políticas que promovam o envelhecimento ativo e o apoio aos mais vulneráveis.
Faremos tudo isto assente numa revolução digital que atravessará o sistema de saúde, abrindo portas para
que a recolha e o processamento analítico de dados, de inteligência artificial e de mais tecnologias auxiliem na
alteração e na aceleração das reformas propostas e que, acima de tudo, garantam a melhoria contínua dos
resultados em saúde.
Em suma, assumimos este compromisso, perante o País, de refundar o Serviço Nacional de Saúde para o
século XXI, colocando a pessoa no centro de toda a nossa ação.
Vozes do PS: — Ah!…
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Com o PSD, o sonho de uma saúde para todos poderá ser, finalmente, uma realidade.
Aplausos do PSD.
Protestos do PS.
O Sr. Presidente: — Também na fase de abertura da interpelação, tem a palavra a Sr.ª Ministra da Saúde.