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I SÉRIE — NÚMERO 67

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Em 2019, tive ocasião, como Deputada do Partido Socialista, de fazer uma intervenção sobre racismo e

falámos do racismo nas forças de segurança.

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, já triplicou o tempo de que dispunha.

A Sr.ª Isabel Alves Moreira (PS): — Vou já terminar, Sr. Presidente.

Falámos num relatório aprovado por unanimidade na 1.ª Comissão sobre o racismo e a xenofobia em

Portugal, em todas as suas vertentes, e nos relatórios internacionais que davam conta da infiltração da

extrema-direita nas forças de segurança.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Mas quem é a extrema-direita?!

A Sr.ª Isabel Alves Moreira (PS): — Portanto, o que lhe pergunto é isto: se, hoje mesmo, o que o Chega

quer é forças de segurança com partido, não será evidente que, se a extrema-direita sabe muito bem o que

existe dentro das forças de segurança, o que nós, democratas, temos de fazer, deste lado, é ter a mesma

perceção, mas para agir precisamente em sentido oposto?

Aplausos do PS.

Protestos do CH.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Isabel Moreira, agradeço as suas

questões e permita-me responder com uma imagem.

Há quem olhe para um cesto de fruta em que vê uma peça de fruta podre e queira salvar o resto da fruta e,

por isso, retirar aquela peça de fruta podre, para não apodrecer o resto do cesto. O Chega faz ao contrário.

Protestos do CH.

O Chega espera que todo o cesto apodreça, para bater palmas.

Não é estranho, porque imagino que, nas esquadras, por este País, quando, por exemplo, veem chuva a

cair lá dentro, veem os carros que não funcionam e têm todas as dificuldades que sabemos que existem no dia

a dia, os polícias devem pensar «bem, mas do que eu precisava mesmo, agora, era de poder inscrever-me no

partido Chega; é essa a prioridade».

O Sr. André Ventura (CH): — No Bloco não é, com certeza!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não é, mas é mais um exemplo da instrumentalização pelo Chega das

forças de segurança.

Protestos do CH.

É que, para eles, o exemplo não é a fruta sã, a fruta sadia, o exemplo é a fruta podre.

Ora, nós temos uma posição contrária; temos de retirar essa fruta podre das forças de segurança, em

nome da sua dignidade e em nome da sua credibilidade.

Podemos fazer mais? Podemos, quer na formação inicial ou ao longo da carreira, quer até na relação com

os cidadãos, mas dentro das próprias forças de segurança. E o facto de a IGAI (Inspeção-Geral da

Administração Interna) ter ficado de fora das denúncias deve trazer-nos alguma reflexão. Creio que é trabalho

que teremos para o futuro.

Aplausos do BE.

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