I SÉRIE — NÚMERO 97
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Aplausos do PS.
O Sr. Bruno Nunes (CH): — O PS não estuda e depois chama populismo a tudo!
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Estudasses!
O Sr. Presidente: — Para apresentar a iniciativa do PSD, tem a palavra a Sr.ª Deputada Olga Silvestre.
A Sr.ª Olga Silvestre (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Não há sonhos impossíveis; a
nossa diáspora um dia decidiu trilhar caminho e ir em busca de uma vida melhor. É a grandeza dos
portugueses cá dentro e lá fora que faz de Portugal um País maior, em número, alma e cultura. As
comunidades portuguesas são o mais importante pilar da política externa. Respeito e orgulho são o que nos
merecem.
O Conselho das Comunidades Portuguesas é fundamental — o PSD reconhece isso —, enquanto órgão
consultivo, no desenvolvimento das políticas relativas às comunidades. Mas não há conselho sem
conselheiros; estes exercem um trabalho hercúleo na proximidade com as comunidades.
Porém, a sociedade está em mudança e é preciso adaptar-se às circunstâncias. Assim, importa tornar o
seu funcionamento mais eficiente, reforçar a ação de cada conselheiro e garantir a sua articulação com os
serviços da Administração Pública.
O PSD, um partido histórico na emigração portuguesa, neste tempo, que é o certo, propõe alterações,
respondendo aos anseios dos conselheiros e de muitas outras entidades.
Com esta iniciativa, pretendemos tornar obrigatória a consulta ao Conselho para iniciativas legislativas em
assuntos como a lei eleitoral, o ensino do português no estrangeiro, a rede consular, o associativismo das
comunidades portuguesas no mundo, e ainda atualizar o número de membros, reforçar a representatividade e
manter a presença de antigos membros.
Por outro lado, queremos assegurar um compromisso efetivo, da parte do Governo e das representações
diplomáticas portuguesas no estrangeiro, nos trabalhos do Conselho e dotar este e os conselheiros de maior e
melhor capacidade de ação, garantindo o financiamento adequado e uma estrutura mais profissional e
eficiente.
Aplausos do PSD.
Defendemos a valorização do papel dos ex-conselheiros, em especial dos anteriores presidentes, e a
extinção das comissões temáticas.
Para o PSD, é crucial a realização de uma experiência-piloto de voto eletrónico em mobilidade, de forma a
melhorar a participação política dos portugueses residentes no estrangeiro. É imperativo referir que o PS
andou a agitar a bandeira do voto eletrónico, nomeadamente nas eleições do Conselho, para agora apresentar
uma iniciativa que não passa de uma «mão cheia de nada».
Aplausos do PSD.
Mas o PS já nos habituou a tal. Isso mesmo levou o próprio Conselho a acusar o PS de nada fazer nesta
área.
As eleições para o Conselho já deveriam ter ocorrido em 2015. Pasme-se! O Governo ainda não as
agendou nem há data à vista.
A somar a isso, a tão propalada promessa de realização de voto eletrónico foi deixada cair.
Srs. Deputados, este Conselho é fundamental para a relação do Governo com as comunidades, quer pelo
valor como órgão de consulta na formulação de políticas para a nossa diáspora, quer pelo valor de cada
conselheiro na sua relação de proximidade.
Mas o que nos move é a defesa das comunidades portuguesas e por isso estamos disponíveis para um
consenso justo e eficaz, com consciência de que «Roma e Pavia não se fizeram num dia».