I SÉRIE — NÚMERO 7
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O Parlamento não pode continuar a entreter-se a discutir leis para soluções que nunca aparecem. Nada mudará, sem cortes significativos nos órgãos intermédios parasitários do Ministério da Educação.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem! O Sr. Gabriel Mithá Ribeiro (CH): — Nada mudará com currículos escolares extensos, maus, sorvedouros
insaciáveis de dinheiros públicos. Sr.ª Deputada Joana Mortágua, o alargamento curricular por cima do caos é mais caos. Só falta agora
acusarem o Chega de populista por ser o único a insistir no óbvio. Aplausos do CH. Vozes do PS: — Oh!… O Sr. Gabriel Mithá Ribeiro (CH): — Somos um partido popular, o mais consciente neste Parlamento do
dever da boa governação. É penoso viver entre aqueles que, quando dizemos «moral», respondem «moralismo»; quando dizemos
«autoridade», respondem «autoritarismo»; quando dizemos «colonial», dizem: «Lá vem o colonialismo»;… O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem! O Sr. Gabriel Mithá Ribeiro (CH): — … quando dizemos «questão racial», acusam-nos de racismo; quando
dizemos «popular», insultam-nos com o termo «populismo». O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Muito bem! O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — E até agora, tudo certo! O Sr. Gabriel Mithá Ribeiro (CH): — Usar «ismos» é prova irrefutável de quem tudo julga porque nada
compreende. Aplausos do CH. Max Weber ensinou que quanto mais julgamos menos compreendemos e vice-versa. Criar uma sociedade
inteligente e capaz de responder aos seus desafios é ajudar a compreender. Fabricar uma sociedade inquisitorial empobrecida é instigar as pessoas a usarem «ismos» a toda a hora, a julgarem tudo e todos.
A Sr.ª Maria João Castro (PS): — É sobre ensino artístico! O Sr. Gabriel Mithá Ribeiro (CH): — Não é possível associar a palavra populismo à inteligência humana. O
reflexo está na normalização do tipo de propostas que hoje discutimos sobre o ensino. Sejamos cristalinos. Todo o conhecimento só é válido quando é um compromisso entre o abstrato e o
concreto, entre a teoria e a empíria. Viver só da teoria é viver do abstrato, chama-se alienação. O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem! O Sr. Gabriel Mithá Ribeiro (CH): — Viver só da empíria é viver do concreto e também se chama alienação. Só há conhecimento socialmente útil, só há política que melhora, de facto, a vida das pessoas, quando é
inequívoco o compromisso entre o abstrato e o concreto. O concreto das sociedades está e capta-se nos discursos de senso comum, nos discursos informais. É por isso que as conversas de rua, café, autocarro, mercado, futebol, salas de professores, manifestações de professores, por aí adiante, são absolutamente decisivas.