O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 7

52

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Temos agora o Projeto de Resolução n.º 604/XV/1.ª (L) — Recomenda ao

Governo que assegure a continuidade do Banco Português de Germoplasma Vegetal e que contemple, no próximo Orçamento do Estado, os recursos financeiros que são inerentes ao seu funcionamento e missão, que vai ser apresentado pelo Sr. Deputado Rui Tavares.

O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Caras e Caros Colegas: Gostaria de começar por agradecer ao PCP

por trazer este debate, que tem a ver com assegurar segurança alimentar no presente. O Livre complementa este debate com um projeto de resolução que tem a ver com assegurar a mesma

segurança alimentar no futuro, nomeadamente recomendando ao Governo que trate de garantir a continuidade do Banco Português de Germoplasma Vegetal — onde estão guardadas sementes de mais de 10 000 espécies, estando, a nível mundial, entre os 10 % de bancos mais ricos —, porque sabemos, nomeadamente nas questões da agricultura, que quem não preserva não pode semear e quem não semeia não pode colher, não pode comer.

Vejo aqui que há quem encha a boca com a pátria e a Nação, mas não se preocupa absolutamente nada com preservar aquilo que já temos e que serve para assegurar a continuidade da nossa agricultura. Por isso, o Livre, no seu projeto de resolução, recomenda ao Governo que contemple, já no próximo Orçamento do Estado, e acompanharemos esta com outras propostas, os recursos financeiros para que o Banco Português de Germoplasma Vegetal, em Braga, possa ter continuidade e sair da atual situação de crise em que se encontra.

Também acrescentaremos, a estas propostas, outras como as que têm a ver com a promoção da agricultura de precisão. Parece que há grupos políticos nesta Casa que acham que promover a agricultura de precisão é dispensar licenciamentos. Não, a agricultura de precisão faz-se com dados, faz-se com informação,…

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Eh! Eh! O que é que ele sabe de agricultura?! O Sr. Rui Tavares (L): — …faz-se com uma boa ligação entre as universidades e os agricultores, para utilizar

de forma racional e adequada os recursos que temos, como a água, e para evitar fertilizantes e adubos onde eles não são necessários.

Risos do Deputado do CH Pedro Pinto. Apresentaremos também a proposta para a criação de uma agência nacional de transferência de

conhecimento, como já existe noutros países, que assegure essa continuidade entre o sistema universitário e quem está no terreno. No caso de Portugal, essa rede deve também preservar o conhecimento de quem está no terreno, porque, lá está, alguns daqueles que enchem a boca com a Nação não a conhecem e não sabem que há neste País quem tenha conhecimento sobre as melhores espécies, com mais qualidade e que se dão melhor em cada terreno, em cada metro cúbico do nosso terreno.

Risos e protestos de Deputados do CH. O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Metro cúbico?! O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Deputado, metro cúbico, a linha onde se enfiam as raízes das árvores. Sem assegurar que esse conhecimento é preservado e que não se perde com a substituição de gerações,

também não temos conhecimento para circular na economia, também na agricultura. O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — O que é que tu percebes de economia, pá? Nunca foste, uma

única vez, à Comissão de Agricultura! Protestos do L. Ó Rui, as papoilas não pegam na Madeira. Não pegam na Madeira, pá!