O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 14

36

Vozes do CH: — Fascista!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Espero que todo este tempo seja descontado, Sr. Presidente.

Protestos do CH.

A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — Não estamos no campo de férias!

O Sr. Presidente: — A Sr.ª Deputada pode ter a certeza de que, enquanto eu estiver aqui, vai ter condições

para se exprimir e terá o tempo necessário para se exprimir, porque esta é uma Casa democrática e os trabalhos

são dirigidos por mim e por mais ninguém neste Hemiciclo.

Portanto, vamos esperar tranquilamente que haja silêncio e a Sr.ª Deputada pode fazer o favor de retomar a

sua intervenção.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, 25 milhões de euros por dia. Sim, 25

milhões de euros por dia foram os lucros dos principais grupos económicos nos primeiros meses de 2023.

Enquanto o grande capital concentra cada vez mais riqueza, os trabalhadores, os reformados, os jovens e o

povo vivem com dificuldades. Esta é a realidade de um País cada vez mais desigual e injusto, em que a riqueza

de uma meia dúzia acontece à custa das privações de milhões de portugueses. Para uns, nunca esteve tão

bom, mas, para a esmagadora maioria, a vida está pior, bem pior.

Esta situação não é obra do acaso; ela resulta das opções do Governo do PS, acompanhado pelo PSD, pelo

CDS, pela Iniciativa Liberal e pelo Chega, que se recusam a beliscar um euro que seja dos lucros destes grupos.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Essa é que é essa!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — É ver as opções de favorecimento dos senhores do dinheiro, com novos

benefícios fiscais que acrescem aos que já existem; o prosseguimento das privatizações, como são exemplo a

TAP, a Efacec, ou as PPP (parcerias público-privadas); ou a transferência direta de dinheiros públicos para os

grupos privados, como é exemplo o que acontece na saúde.

O Sr. João Dias (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Tudo é pretexto para desviar recursos públicos que deveriam ser mobilizados

para os salários e para as pensões, para o reforço dos serviços públicos.

Enquanto isto, os trabalhadores empobrecem a trabalhar; os reformados, que trabalharam uma vida inteira,

têm baixas reformas; os jovens veem negado o seu futuro.

Há cerca de três milhões de trabalhadores com salários brutos inferiores a 1000 € e cerca de 75 % dos

reformados com pensão abaixo do salário mínimo nacional, isto em contraste com os lucros colossais dos grupos

económicos.

É urgente aumentar salários e pensões, valorizar o poder de compra, fazer face ao elevado custo de vida,

com aumentos que combatam o empobrecimento e contribuam efetivamente para a elevação das condições de

vida.

É urgente aumentar os salários em 15 %, no mínimo 150 €, o salário mínimo nacional para 919 € em janeiro

de 2024, com vista a alcançar 1000 € no próximo ano, e as pensões em 7,5 %, no mínimo 70 €.

A questão, Sr. Primeiro-Ministro, é: que compromisso assume? Vai valorizar efetivamente salários e pensões

e romper com o ciclo de baixos salários e pensões que impera no nosso País, ou vai continuar a contribuir para

a acumulação de riqueza pelos grupos económicos, para mais desigualdades e injustiças?

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.