19 DE OUTUBRO DE 2023
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A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … é pôr fim à lei dos despejos, proteger o arrendamento, reduzir os valores
de renda e pôr também os lucros da banca a suportar o aumento das taxas de juros,…
O Sr. João Dias (PCP): — Ora aí está!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … ao invés de sobrecarregar as famílias com o aumento das prestações.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Claro!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Tudo isto está ao alcance do Governo. Porque é que não o faz?
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Paula Santos, creio que não há uma diferença
entre nós naquilo que lhe vou dizer: nós queremos uma economia que tenha empresas fortes, empresas que
gerem rendimento, empresas que gerem lucro. O que queremos é que essas empresas partilhem devidamente
os lucros e os seus proveitos, de uma forma justa, com os postos de trabalho que criam e com os trabalhadores
que trabalham nessas empresas.
A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — O que se faz com os salários!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, o mal não está em as empresas terem aumentado os seus lucros, o
mal estaria se não pagassem impostos por esses seus lucros e se não aumentassem, correspondentemente, o
rendimento dos trabalhadores.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — E os benefícios fiscais?
O Sr. Primeiro-Ministro: — Ora, há uma boa forma de verificar se o rendimento nacional está a ser repartido
com maior ou menor justiça, que é saber qual é o peso dos salários no conjunto da riqueza nacional.
A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — Exatamente!
O Sr. Primeiro-Ministro: — E desde 2015 até 2022, o peso dos salários, no conjunto da riqueza nacional,
passou de 43 % para 47 %. Portanto, o caminho que estamos a fazer é o caminho correto e justo para que haja
uma mais justa repartição da riqueza.
Mas chegámos ao fim do caminho? Não, não chegámos ao fim do caminho, mas estamos a percorrer o
caminho e estamos no sentido certo do caminho.
A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — É só conversa!
O Sr. Primeiro-Ministro: — A Sr.ª Deputada pergunta porque é que não investimos no Serviço Nacional de
Saúde. Nós investimos mais orçamento no Serviço Nacional de Saúde.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Para pagar aos trabalhadores!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Com mais orçamento no Serviço Nacional de Saúde, temos mais profissionais
no Serviço Nacional de Saúde; com mais profissionais no Serviço Nacional de Saúde, como já repeti à saciedade
— e creio que não preciso de lhe dizer o que a direita insiste em ignorar —, temos mais consultas hospitalares,