I SÉRIE — NÚMERO 14
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A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Muito bem!
Protestos do CH.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Queria começar este debate por falar de saúde, porque o Sr. Primeiro-
Ministro começou por prometer que ia resolver os problemas da saúde, só que não aumentou a capacidade das
urgências para corresponder à sua promessa, e, portanto, acaba a recomendar às pessoas que liguem para a
Saúde 24. Faz isso porque não pode recomendar-lhes que procurem um médico de família, porque ele não
existe para 1 milhão e 600 mil pessoas que precisam.
Já toda a gente percebeu que o SNS só funciona porque tem profissionais que trabalham muito para lá das
150 horas extraordinárias, que são o limite legal. Há quem faça 500. E eu pergunto a quem nos está a ouvir se
se imagina a trabalhar mais quatro meses de horas extraordinárias por ano, para além do seu trabalho normal,
porque é isso que o Governo está a exigir aos profissionais de saúde.
A proposta que o Governo fez aos médicos significa consagrar horas extraordinárias acima do legal e menos
descanso. Por isso, pergunto, Sr. Primeiro-Ministro: qual é o seu plano? Acha mesmo, a sua solução é mesmo
ter o SNS a funcionar com profissionais que trabalham centenas de horas extraordinárias para sempre, durante
toda a sua vida?
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Para responder a quê?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, sobre a Palestina, Portugal
tem uma posição clara, pública e conhecida.
Em primeiro lugar, condenamos de forma inequívoca o atentado terrorista e a barbaridade cometida pelo
Hamas sobre Israel.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Em segundo lugar, reconhecemos o direito de Israel se defender no seu território,
incapacitando o Hamas de repetir os ataques.
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — E salvar os reféns!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Em terceiro lugar, reconhecemos o direito de Israel agir militarmente contra o
Hamas.
Protestos da Deputada do BE Joana Mortágua.
Em quarto lugar, entendemos que a reação de Israel tem de respeitar escrupulosamente aquele que é o
direito internacional e, em particular, o direito humanitário. Entendemos que Israel, ao fazer o cerco, está a fazê-
lo à Faixa de Gaza, privando crianças, mulheres e homens de acesso à água e à eletricidade, está a violar as
normas do direito humanitário.
Protestos do BE.
Para nós, as vidas não são diferentes, sendo um israelita ou um palestiniano. A vida é a vida, é sempre
sagrada, temos sempre de a proteger e condenamos quem quer que seja que atente contra a vida humana.
Aplausos do PS.