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I SÉRIE — NÚMERO 38

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O Sr. André Ventura (CH): — Tudo onde o Partido Socialista mete a mão inicia um processo imediato de

empobrecimento, de destruição, de degradação de valor, de empobrecimento do País todo.

Aquilo que aconteceu nos CTT merece a nossa atenção e merece a atenção de qualquer observador atento,

quanto mais não seja dos portugueses que aí colocaram o seu dinheiro e que veem cada vez mais o Estado a

gastar milhões em áreas que ninguém compreende, com uma falta grotesca de dinheiro para a saúde, para a

educação, para a habitação, para a justiça e para a segurança.

É como se fosse um país ao contrário, em que temos sempre milhões para distribuir por empresas de amigos

ou por empresas amigas, mas nunca temos os milhões necessários para salvaguardar que o Estado de direito

português funcione para os jovens, funcione na justiça, funcione na saúde, funcione na educação. É o desastre

socialista, em fim de linha e em fim de ciclo, mas que continua a lançar as suas garras sobre o País inteiro.

O caso dos CTT é paradigmático. Sem qualquer racionalidade, o Estado decide apostar milhões de euros a

comprar ações que totalizam 0,25 % de participação na empresa.

O Sr. Carlos Pereira (PS): — Isso é 1 milhão!

O Sr. André Ventura (CH): — Estão a ouvir bem! Perguntarão assim: «Para que serve então esta

participação? Para que serve gastarmos milhões de euros, para que o Estado tenha zero vírgula qualquer coisa

de uma participação?»

A resposta não é fácil de perceber. É mais fácil se olharmos para o lado e dissermos isto: o PS fez um acordo

com o Bloco de Esquerda e com o PCP.

Protestos do PS e de Deputados do PCP.

O PS tinha de satisfazer as suas novas clientelas e os seus novos amigos. O PS tinha de dar a mão aos

seus novos parceiros, nem que para isso fosse preciso desbaratar os milhões dos portugueses na compra de

ações sem nenhum sentido.

Aplausos do CH.

Sim, o velho secretismo socialista. É que não é nos relatórios da PARPÚBLICA (Participações Públicas) que

esta compra se encontra, nem nos relatórios da empresa, nem, obviamente, nos programas eleitorais do PCP,

do Bloco de Esquerda ou do Partido Socialista. Não!

Caro português, tentaram esconder de si a compra de ações como forma de esconder uma negociata que

estava em curso entre dois ou três partidos.

O Sr. Filipe Melo (CH): — Muito bem!

O Sr. André Ventura (CH): — O parecer da Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor

Público Empresarial (UTAM) foi mantido em segredo. Dizia-se que o Ministro João Leão queria manter a

operação secreta, e cito, «em nome do bom senso e da credibilidade do mercado».

Sim, enganaram-no a si! Enganaram-no a si para garantir que o País continuava a funcionar com uma maioria

que não existia e que era artificial. Enganaram-no a si em operações de bastidores que o País não conhecia,

mas que iam aos nossos impostos buscar dinheiro para sustentar estas empresas e estas negociatas. Sim,

enganaram-no a si, porque diziam que iam ter o controlo de uma empresa pública, quando isto para mais não

serviu do que para uma manobra pré-eleitoral de marketing, ou para salvar a face do Partido Socialista.

De alguma forma simbólica, faz sentido. O PS é capaz de tudo, mas mesmo tudo, para salvar a face. O PS

é capaz de estrangular os contribuintes para fazer acordos políticos e destruir a face do sistema democrático

em Portugal.

Aplausos do CH.