I SÉRIE — NÚMERO 38
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Sim, até o despedimento que fizeram foi considerado ilegal pelo Tribunal do Trabalho. Tudo sob os olhos da
extrema-esquerda, que diz proteger os trabalhadores. E, mesmo assim, deram à morte uma companhia onde
pusemos 3,2 mil milhões de euros, de onde nunca recebemos um chavo, ao contrário do que aconteceu com
outras companhias europeias, onde se despediram trabalhadores e onde ainda tivemos de pagar indemnizações
absolutamente pornográficas de meio milhão de euros.
Sim, caro português, sabe o que é que têm em comum a Efacec, a TAP, os CTT?
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Postos de trabalho!
O Sr. André Ventura (CH): — Têm um nome: chama-se Pedro Nuno Santos e é o novo Secretário-Geral do
Partido Socialista. Têm um nome, e é o Secretário-Geral do Partido Socialista.
Aplausos do CH.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, à hora a que se inicia este debate, nós compreendemos o incómodo do
Partido Socialista. O Governo não está, o secretário-geral não está e não há ninguém para assumir
responsabilidades senão uma pobre liderança de bancada, em fim de ciclo e em fase de renovação, para dizer
«ainda aqui estamos», como se o pano ainda pegasse, como se a bandeira ainda pudesse ser acenada e como
se não estivéssemos já a caminho de novas eleições.
Mas, sim, vamos a caminho de novas eleições e não esqueceremos! Não esqueceremos o dinheiro enterrado
nos CTT, não esqueceremos o dinheiro enterrado na TAP, não esqueceremos o dinheiro enterrado na Efacec,
não esqueceremos os 22 mil milhões de euros enterrados na banca, que hoje não servem nem para nos ajudar
a pagar o crédito à habitação. Não esqueceremos nada disso, porque sabemos bem quem são os responsáveis
e sabemos bem o que é que temos de fazer. Os responsáveis têm um nome: extrema-esquerda. O que temos
de fazer é derrotá-los no dia 10 de março.
Aplausos do CH, de pé.
O Sr. Presidente: — Vamos entrar agora na fase do debate.
Para intervir em nome do Grupo Parlamentar do PCP, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Desde a privatização dos CTT que o
povo português sofre com a degradação dos correios — as cartas demoram dias a fio para chegar ao
destinatário; os carteiros andam sempre com pressa e sem tempo para entregar vales, avisos, registos; a
comunicação social regional desespera com os atrasos na entrega das publicações. E o Chega? O Chega não
quer saber, porque não se quer chatear com a família Champalimaud, financiadora do Chega.
Aplausos do PCP.
Protestos do CH.
Os CTT aumentam os preços dos correios em quase 10 % no início deste ano — correspondências, correio
editorial, encomendas, tudo mais caro já a partir de 1 de fevereiro de 2024.
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Exatamente!
Protestos do Deputado do CH Filipe Melo.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Da informação dos CTT sobre o convénio de preços, assinado a 27 de julho de
2022, apontam a definição para cada preço de uma variação anual máxima de 15 % e uma variação global
máxima de 30 % para os três anos de vigência do convénio.