11 DE JANEIRO DE 2024
7
Desde a privatização, os preços mais que duplicaram. Baixou a qualidade, subiram os preços. Mas o Chega
não quer saber! O povo que pague, que os Champalimaud recebem e assim têm dinheiro para ajudar a financiar
o Chega.
Aplausos do PCP e de Deputados do PS.
O Sr. Bruno Nunes (CH): — Exato, o debate nem foi proposto por nós!…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — A última operação imobiliária dos CTT — e será a última, porque nada mais
resta — são 398 ativos imobiliários, com 239 000 m2, vendidos por 137,7 milhões de euros, 32,5 milhões pagos
já em 2023. Estes ativos são a estrutura central da rede postal e todo o património que resta. Sem estes ativos
não há serviço público postal.
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — O PCP, há um ano e meio, questionou o Governo sobre este processo, e do
então Ministro das Infraestruturas e da Habitação veio a resposta que citamos: «O património imobiliário desta
empresa constitui património privado da mesma, e não património público, não cabendo ao Estado interferir na
sua gestão.»
Protestos do Deputado do CH Filipe Melo.
O património, acumulado ao longo de 500 anos de correios públicos, e sem o qual não é possível realizar o
serviço postal, não é assunto público, dizem eles. Mas o Chega sobre isto não tem nada a dizer.
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Pois claro, desde que não toquem na família Champalimaud!
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Muito bem! É verdade!
O Sr. Filipe Melo (CH): — Tu é com a RE/MAX!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Os trabalhadores dos CTT são mal pagos, têm vindo a ser sistematicamente
prejudicados nos salários e direitos, com a perda de poder de compra, e têm agora o seu patrão a tentar roubar-
lhes 36 milhões de euros, através das alterações no IOS (Instituto das Obras Sociais). Há uma falta gritante de
trabalhadores no serviço postal. Mas o Chega quer lá saber! Quanto menos gastar com os trabalhadores, mais
tem a família Champalimaud para financiar o Chega.
Aplausos do PCP e de Deputados do PS.
Protestos do CH.
É este o resultado do acordo entre o Governo PS e a administração dos CTT. É este o resultado da alteração
à lei postal. É este o resultado de manter a gestão privada deste serviço público. Os preços disparam, a
qualidade degrada-se e os lucros são empregues na construção de um banco, que é a única coisa que de facto
interessa aos donos dos CTT.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Vá, agora fala a sério!