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30 DE MAIO DE 1979

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Relativamente aos salários diários na amostra «Indústria, construção e transportes», verifica — se que, em termos nominais, eles variaram de cerca de 12 % em 1977 e entre 11% e 9% em 1978, respectivamente em Lisboa e Porto. No continente, a amostra da indústria e construção registava em 1977 um acréscimo de 14% e em 1978 um acréscimo de cerca de 10%. Contudo, em termos reais, os decréscimos ocorridos entre 1977 e 1978 foram bastante inferiores aos registados em 1976 em Lisboa e Porto, enquanto no continente o decréscimo em 1978 foi praticamente igual ao verificado em 1977.

Em relação aos salários horários na construção civil, estes só começaram a ser publicados em 1977, dado que até esta data eram publicados salários diários, pelo que só se apresentam as variações ocorridas entre 1977 e 1978. Assim, verifica-se que, apesar de em termos nominais os salários terem crescido cerca de 9%, os trabalhadores perderam poder de compra, na medida em que os preços aumentaram em 1978 cerca de 22%, o que, em termos reais, se traduz num decréscimo de salários da ordem dos 11 %.

Quanto aos salários mensais na indústria transformadora, verifica-se que, em termos nominais, o acréscimo verificado entre 1977 e 1978 foi bastante inferior ao registado no período homólogo do ano anterior. No entanto, em termos de variação real, o decréscimo de salários ocorrido em 1978 foi praticamente idêntico ao verificado em 1977, dado que o acréscimo de preços registado neste período foi bastante mais baixo em 1978 do que no ano anterior.

O abrandamento dos aumentos dos salários, bem como os aumentos da produtividade ocorridos a partir

de 1976, veio determinar uma diminuição dos aumentos dos custos salariais unitários na indústria transformadora (11,4% em 1976 e 3,6% em 1977, comparativamente com 38,2% em 1974 e 40,4% em 1975). Esta evolução, conjugadamente com a desvalorização do escudo, veio a traduzir-se numa redução dos custos salariais unitários, medidos em dólares (—5,8% em 1976 e —18,2% em 1977), o que determinou que a posição relativa da indústria portuguesa face aos nossos principais competidores tivesse melhorado significativamente, como se viu pela análise do comércio externo. Esta evolução continuou a verificar-se até ao 2.° trimestre de 1978 1 (últimos dados disponíveis).

15. Os últimos elementos disponíveis do Inquérito aos Níveis de Qualificação do Ministério do Trabalho (quadro IV.8) e referentes às remunerações médias mensais de base praticadas em Setembro de cada ano revelam que, em 1978, se inverte a tendência manifestada até 1977, verificando-se um alargamento das diferenciações salariais entre os vários níveis de qualificação para o total das actividades não agrícolas do continente 2, enquanto nos anos anteriores se vinha verificando uma redução dessas diferenciações. Uma análise diferenciada por sexos permite concluir que foi entre os salários dos trabalhadores masculinos que esta alteração ocorreu, já que, quanto aos salários femininos, as diferenciações se reduziram.

1 Os elementos trimestrais baseiam-se em salários diários, enquanto os utilizados na análise anual se referem a remunerações anuais.

2 Medido através do desvio médio em relação ao trabalhador não qualificado de 20 e mais anos.

QUADRO IV.8

Índices de diferenciação das remunerações médias de base mensais dos vários níveis de qualificação, em relação ao não qualificado (a)

Total das actividades não agrícolas

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

(a) Individuos de 20 e mais anos.

(b) Relativamente ao nao qualificado de 20 e mais anos, (c) Elementos provisorios.

Fonte: Ministério do Trabalho e Inquérito aos Níveis de Qualificação.