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II SÉRIE - NÚMERO 69

poupança externa (que é igual ao deficit corrente em bens e serviços), apesar de a poupança pública ser muito mais negativa do que o previsto (um deficit de 28,5 milhões de contos contra os 5 milhões programados).

O investimento total a financiar situou-se a níveis próximos dos programados. Com efeito, e para além da evolução da formação de capital fixo já descrita, admite-se que a evolução dos stocks ainda tenha sido positiva, embora muito inferior à de 1977, devido fundamentalmente a desajustamentos na previsão de procura por parte das empresas (com excepção dos

sectores de exportação), mais do que a intentos especulativos. Esta evolução deverá aliás ter compensado o menor nível de realização da formação de capital fixo.

A evolução moderada da procura e, consequentemente, da produção não se traduziu, no entanto, numa evolução muito negativa do emprego, o que originou a continuação de um ritmo de evolução elevado nos preços superior ao programado (cerca de 22 %) e, portanto, uma quebra dos salários reais, ainda que inferior à registada em 1977, conforme se verá mais adiante.

QUADRO 3.3 Despesa interna (Valores em milhões de contos)

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

Fonte: Estimativas DCP/ Banco de Portuga).

61 — BALANÇA DE PAGAMENTOS

Uma vez que a redução do deficit da balança de transacções correntes era objectivo prioritário do Plano para 1978, importa analisar com particular cuidado a informação disponível, por forma a poder-se concluir sobre a realização daquele objectivo.

Por razões compreensíveis relacionadas com a necessidade de evitar o desenvolvimento de expectativas quanto à desvalorização do escudo, o objectivo de redução do deficit só foi quantificado, no Plano, em moeda nacional, supondo, porém, uma determinada taxa de crescimento dos preços (20 %), à qual estava subjacente uma certa evolução da desvalorização. Simultaneamente à preparação do Plano para 1978 decorriam as negociações com o FMI para a obtenção da segunda tranche de crédito, as quais estavam condicionadas a um programa de estabilização que incluía como ponto fundamental a redução do deficit externo.

Destas negociações resultou uma carta de intenções, estabelecendo como performance clause um nível de disponibilidades líquidas externas coerentes (de acordo com os elementos de que já se dispunha nessa altura sobre o comportamento da balança no 1.º trimestre) com um deficit de 1 bilião de dólares para o período de Abril de 1978 a Março de 1979. Conhecido o deficit de transacções correntes do 1.º trimestre (433 milhões de dólares) e decidido que o ritmo de desvalorização seria mais rápido do que o inicialmente previsto, teria sido possível atingir-se um deficit anual de transacções correntes em 1978 de 1,2 biliões de dólares

sem que se comprometesse o objectivo de 1 bilião para o período de Abril de 1978 a Março de 1979.

Por outro lado, o crescimento dos preços das operações activas e passivas a ritmo superior ao previsto (embora não muito afastado) torna menos válida a comparação dos objectivos definidos em escudos. Os preços da exportação terão crescido cerca de 22% e os da importação cerca de 20%. As estimativas de que se dispõe, baseadas em elementos estatísticos para o total do ano, permitem concluir de o deficit de transacções correntes terá sido da ordem dos 776 milhões de dólares, ou seja, 32,4 milhões de contos. Desta forma, em dólares, a realização do objectivo excedeu a previsão em 35 %, enquanto em escudos tal excesso é de 28% (—32 contra —45 milhões de contos).

5. A balança comercial contribuiu para a redução do deficit em relação a 1977 com uma redução de 191 milhões de dólares, enquanto a balança de serviços apresentou uma redução de 31 milhões de dólares. No que se refere às transferências privadas, estas contribuíram para a redução do deficit de transacções correntes com um aumento do seu excedente em 501 milhões de dólares.

A análise do comércio externo (quadro II. l) permite estimar que em 1978 as importações deverão ter estagnado em volume, o que, conjugado com um crescimento positivo do produto e da despesa interna, terá sido conseguido, conforme se esperava, por meio da redução das exigências e pelo adiamento de investimentos com maior conteúdo de importação.