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II SÉRIE —NÚMERO 69

Com crescimento bastante acima da média deverão registar-se os combustíveis, dada a política de recomposição de stocks e arranque da refinaria de Sines. A importação de bens alimentares desacelerou ao longo do ano, devendo apresentar, no entanto, para o ano todo, uma taxa positiva, o que também sucede com as máquinas e aparelhos.

Com decréscimo apreciável registe — se a importação de automóveis para montagem, reflectindo — se no grupo de material de transporte, produto que continuou a ser sujeito a contingentes e a agravamento da imposição fiscal.

Enquanto a importação teve um crescimento em escudos de cerca de 20 % a exportação cresceu 38%. Os preços de exportação, que em 1977 cresceram mais do que os preços internos, aproximaram-se destes em 1978, estimando — se um acréscimo de cerca de 22%. Desta forma o crescimento em volume foi da ordem dos 13%. A taxa de cobertura da importação pela exportação subiu ao longo do ano, voltando a ultrapassar os 50%.

Esta melhoria das exportações face a uma procura externa, que se traduz por taxas da ordem dos 5 % para a zona da OCDE, deve atribuir-se a uma melhoria geral de competitividade, em especial da indústria transformadora portuguesa, e a uma recuperação verificada em alguns mercados, nomeadamente no Reino Unido. Nos gráficos 4 e 5 e no quadro em anexo define-se a nossa situação de competitividade por comparação com alguns países nossos concorrentes, com base na evolução dos custos salariais, da produtividade e da taxa de câmbio. Todos estes factores concorreram para que a nossa situação em 1978 seja mais vantajosa do que era em 1973

Convém notar que a evolução verificada foi decisivamente influenciada pela recuperação da exportação de produtos têxteis, com um peso de 33 % na exportação total de mercadorias. A boa competitividade dos produtos e o facto de o nível de exportação registado em 1977 ser muito baixo deram margem para um crescimento que se estima em 21 % e que não foi, de uma maneira geral, afectado pelos plafonds estabelecidos nos acordos de autolimitação com os países do Mercado Comum. Já no próximo ano é de prever que tais plafonds constituam factor limitativo no crescimento das exportações.

Analisando a exportação por destinos (quadro II. 12), torna-se evidente que este fluxo comercial apresenta um crescimento muito significativo para a CEE, EFTA e EUA em 1977 e 1978, aumentando a grande importância destes mercados na exportação portuguesa (76%). Por outro lado, as exportações para os países de expressão portuguesa, que nos anos de 1975 e 1976 sofreram quebras muito significativas, parecem agora querer retomar o seu lugar: abertura aos países de economia planificada e a diversificação das trocas com o Terceiro Mundo, verificadas naqueles anos, ainda não suficientes para compensar a quebra dos mercados das ex-colónias.

6. Quanto à balança de serviços, observou-se uma redução do deficit, conforme já se fez notar, de 31 milhões de dólares, à custa fundamentalmente da

franca recuperação das receitas do turismo, que registaram entre 1977 e 1978 um acréscimo de 70% em

escudos e 47% em dólares. No entanto, a melhoria registada no excedente do turismo foi totalmente absorvida pelo aumento do deficit de rendimentos de capitais relacionado com o crescimento da dívida externa.

As remessas dos emigrantes foi a rubrica que acusou evolução positiva mais favorável, tornando possível cobrir 72 % do deficit comercial.

Todo o movimento de invisíveis, quando avaliado em dólares, sofreu, sobretudo no mês de Outubro, a influência favorável da desvalorização do dólar.

7. No que se refere à balança de capitais, é de notar a evolução positiva registada em 1978, com o saldo de + 41,9 milhões de contos (933 milhões de dólares), contra 0,7 milhões de contos em 1977 (17 milhões de dólares).

Este comportamento ficou a dever-se não só às operações de capitais realizados a médio e a longo prazos, tendo estas apresentado em 1978 um saldo positivo de 34,1, contra 4,2 milhões de contos em 1977, como também a operações celebradas a curto prazo (7,8 milhões de contos em 1978, —2,9 milhões de contos em 1977).

A evolução do crédito das operações de capitais a médio e a longo prazos ficou a dever-«3 fundamentalmente a operações realizadas pelo sector público (4,9 milhões de contos em 1977, contra 26,6 milhões de contos em 1978), sendo de referir o empréstimo concedido por um consórcio internacional, bem como os empréstimos autorizados ao abrigo da Public Law 480 (ajuda bilateral dos EUA) e os concedidos pelo Kreditanstalt, da República Federal Alemã, para projectos que na sua maioria se integram no PTDDAP.

Relativamente às entradas de capitais para o sector privado l, são de destacar as operações que se relacionam com o Fundo EFTA para o Desenvolvimento Industrial e cujo montante global ultrapassou 1 milhão de contos, bem como diversos financiamentos a projectos de empresas públicas por parte do Banco Europeu de Investimentos e do Banco Mundial.

Os empréstimos governamentais a médio prazo permitiram também reembolsar parte da dívida externa a curto prazo e com garantia ouro contraída pelo Banco de Portugal nos anos anteriores. Desta forma, a dívida existente tornou-se menos vulnerável e menos onerosa.

Embora já se conheçam os valores provisórios da balança de pagamentos para o total do ano, apresenta — se como complemento ilustrativo da melhoria que se verificou na mesma durante os últimos meses o gráfico 7, relativo à evolução da balança comercial, em que se poderá detectar o andamento a nível mensal, sendo de salientar os pontos de inflexão que ocorreram já em 1977 e em 1978.

1 De facto, incluem — se aqui as operações relativas a todo o sector empresarial, quer privado, quer público.