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II SÉRIE — NÚMERO 54

CAPÍTULO 2.' Portugal — Principais indicadores

A) Situação económica

A evolução económica portuguesa nas duas décadas anteriores a 1973 caracterizou-se por um desenvolvimento relativamente rápMo, embora com o desequilíbrio de um crescimento acelerado do produto industrial e de uma quase estagnação do produto agrícola. Apesar de uma parte substancial do crescimento industrial poder ser explicada pela exportação, principalmente após a formação da EFTA, a balança comercial foi-se deteriorando progressivamente, como consequência, em parte, da falta de resposta do sector agrícola.

A emigração, que fez aumentar a produtividade por homem na agricultura sem aumentar a produção, permitiu, porém — através das remessas dos emigrantes —, colmatar os défices da balança comercial, pelo que a balança de transacções correntes com o exterior apresentou superávits consecutivos, que resultaram numa forte acumulação de reservas de ouro e divisas.

Em resultado da primeira crise do petróleo e das matérias-primas, em 1973-1974, sobreveio uma importante perda nas razões de troca do nosso país com o exterior, a qual, aliada a uma quebra nas exportações e na emigração, resultantes da crise internacional subsequente, veio originar défices importantes na balança de transacções correntes a partir de 1974. Aliás, a importante alteração registada a partir de 1974 na estrutura da repartição do rendimento em Portugal veio também contribuir para um agravamento nas importações.

O retorno de refugiados das ex-colônias, ao agravar as pressões sobre o mercado de trabalho, explicou, em parte, que a taxa de desemprego tenha atin-

gido valores elevados. Também a inflação se agravou a partir de 1974, como consequência da já mencionada alta dos preços das matériasprimas e do substancial aumento dos custos salariais verificado a partir de 25 de Abril desse ano. Devido aos défices consecutuivos na balança de pagamentos, as reservas em divisas esgotaram-se e parte das reservas de ouro ficou adstrita à garantia de empréstimos. Para lutar contra esse estado de coisas foi posta em prática uma política económica restritiva, visando estabilizar a economia e reduzir o défice externo. Principiando em 1977 e continuando em 1978 e 1979, esta política permitiu equilibrar as contas com o exterior, mas à custa da restrição da actividade económica em geral e do investimento em particular. Continuaram a registar-se situações preocupantes, quer quanto à inflação, quer quanto ao desemprego.

Na definição dos objectivos da política económica para 1980 foi dada prioridade à redução da inflação, ao aumento do poder de compra da população e ao relançamento do investimento, estando os resultados de acordo com as expectativas.

2.1 — Produto e despesa Ritmos médios de crescimento do produto (PIBcf): QUADRO V

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(a) Estimativa preliminar do DCP.

QUADRO VI Ritmos de crescimento do produto sectorial

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Fonte: DCP.

QUADRO VII

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Fonte: DCP.

O produto interno bruto sofreu duas evoluções distintas durante o período de 1969-1979. Com efeito, no 1.° quinquénio, a taxa de crescimento média anual situou-se pelos 7,8 %, enquanto a partir de 1974 desacelerou para menos de 4 °!o, mesmo assim só explicável pelo empolamento do sector da Administração Pública que desde então se verificou. Esta desaceleração, em grau maior ou menor comum a toda a Europa, resultou fundamentalmente da crise petrolífera de 1973-1974 e da consequente perda das razões de troca com o exterior, que, além do impacte negativo imediato, levou posteriormente, no período de 1977-1979, à necessidade de aplicar uma política económica mais restritiva, de modo a poder situar o