O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2192

II SÉRIE - NÚMERO 54

QUADRO XXV

No mesmo período, a OCDE revelava os seguintes valores

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

Fonte: OCDE.

Analisando o comportamento das várias componentes do IPC ao longo destes últimos anos, verifica-se o seguinte:

QUADRO XXVI

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

Fonte: INE

Observa-se, assim, que o grupo da alimentação e bebidas apresenta sempre, salvo em 1980, taxas de inflação superiores às médias anuais, constituindo afinal, considerando o seu elevado peso relativo no total, um factor influente no andamento geral' dos preços. O menor crescimento dos preços daquele grupo em 1980 é explicado pelo ano agrícola particularmente favorável.

Valerá a pena lembrar que o actual IPC assenta num inquérito, realizado em 1973-1974, às despesas das famílias, peto qual as despesas com alimentação e bebidas pesam 56,6 % no total, com exclusão da habitação.

A importância (relativa dos restantes grupos é, neste total, a seguinte: Percentagem

Vestuário e calçado.............................. 10,7

Despesas de habitação........................... 12,1

Diversos............................................. 20,6

Torna-se assim clamo que o andamento dos preços no grupo da alimentação e bebidas assume a maior importância, patas enormes repercussões —reais e psicológicas— na determinação do ritmo geral da inflação.

Neste sentido, e tentando moderar o (ritmo da alta de preços na alimentação e bebidas, têm sido subsidiados os preços de um conjunto de bens essenciais, em relação aos quais se procurou garantir uma certa estabilidade dos preços.

Parece importante sublinhar que a politica económica aplicada privilegiou, no período de 1977 a 1979, a redução do nosso elevado défice externo. Neste sentido, as várias medidas tomadas implicavam eleitos divergentes no evoluir das tensões inflacionistas, pods que umas actuariam favoravelmente, enquanto outras exerceriam efeitos desfavoráveis.

De facto, actuariam de forma ■positiva, numa perspectiva anti-imflacdonista, as limitações ao aumento da massa salarial, as limitações dia 'base monetária, do crédito e das despesas púbicas. Ao invés, actuariam negativamente os aumentos das taxas ide juro, a desvalorização cambial e, em paute, a fiscalidade.

A esta divergência de efeitos haveria ainda que juntar os ©feitas empoladores da auto-sustentação do processo inflacionista.

De referir também que se manteve um sistema bastante generalizado de controle administrativo dos preços, que em Fevereiro de 1977, pela publicação do Decreto-Leí n.° 75-Q/77, sofreu algumas alterações em melação ao diploma base inicial (Decreto-Lei n.0 329-A/74, de 10 de Julho). Assim, a Administração procurou garantir que as altas de preços (repercutiriam apenas as altas efectivamente verificadas nos custos.

Ao longo do ano de 1980 o ritmo de acréscimo dos preços desacelerou com nitidez. Tendo sido definido peio Governo como objectivo, em atearmos de inflação, um crescirnenito não superior a 20 %, veio a regastar-se um aumento médio, relativamente a 1979, ide 16,6 %, o que é particularmente significativo num período de tensões inflacionistas, agravadas no plano internacional, e representou um progresso de 7,6 pontos relativamente à evolução verificada entre 1978 e 1979.

Os principais instrumentos utilizados no decurso de 1980 .paira contenção da alto de preços foram:

a) Politica cambial (revalorização do escudo e

redução do ritmo mensal ida sua depreciação);

b) Política de preços (combate à especulação e

aplicação de uma rigorosa política de acompanhamento administrativo do .processo de formação dos preços);

c) Política de rendimentos (exigindo fundamen-

tação económico-financeira aos parceiros sociais na discussão dos aumentos salariais).

Embora com efeitos positivos, fundamentalmente a médio prazo, procurou-se ao mesmo tempo, através da dinamização do investimento produtivo, criar condições para a progressiva eliminação de algumas das causas estruturais explicativas da nossa inflação.