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22 de abril de 1981

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a manutenção e reforço do sector tradicional de têxteis e calçado e a grande quebra do sector tradicional de produtos agrícolas e alimentares; o sector de equipamento de transporte começa a ter uma pequena relevância.

Em termos de zona de destino, a CEE vê bem reforçada a sua posição como nosso principal cliente e a EFTA mantém a sua parte. Os novos países de expressão oficial em língua portuguesa baixam substancialmente de posição, em resultado da quebra de laços (ainda só parcialmente retomados) resultante da descolonização, e os EUA também baixam a sua parte. Os países de economia planificada começam a assumir alguma, mas pequena, importância, decorrente do alargamento de relações económicas operado em Portugal após 1974.

O recurso ao crédito externo, seja pelas autoridades governamentais e monetárias, seja por empresas privadas e públicas, em grande parte decidido ou incentivado por razões que se prendem com o financiamento do desequilíbrio da balança de transacções correntes, tem resultado num agravamento da dívida externa portuguesa.

QUADRO XXVII Divida externa portuguesa (Fim de período)

Milhões de dólares

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Fonte: Banco de Portugal.

Prevê-se que em 1980 a BTC venha a apresentar um défice da ordem dos 1040 milhões de dólares. Este valor representa um agravamento em relação ao ano transacto e uma inflexão da tendência de me-

lhoria progressiva que se vinha verificando desde que o défice em 1977 tinha atingido 1,5 biliões de dólares (em 1978 o défice diminuiu para cerca de 826 milhões e em 1979 rondou os 34 milhões).

O défice mais elevado no saldo das transacções correntes deverá ser explicado pelo agravamento da balança comercial e por uma pequena redução no saldo dos serviços e rendimentos. A melhoria das transferências unilaterais não será suficiente para compensar o citado agravamento.

Verificou-se um agravamento da balança comercial, determinado, em grande parte, pelo ritmo de crescimento da actividade económica e reposição de níveis de stocks e pelo substancial encarecimento do petróleo e inflação internacional.

Para além disso, as exportações registaram quebra no ritmo de crescimento. Esta quebra na evolução da procura externa traduz a crise por que passam a economia internacional e os nossos principais parceiros comerciais, resultante, basicamente, do menor ritmo de crescimento consequente do elevado encarecimento dos preços da energia.

Ter-se-á verificado, por outro lado, uma deterioração dos nossos termos de troca, explicada pelo aumento do preço do petróleo.

Refira-se que a taxa de depreciação efectiva do escudo se deverá situar a um nível de cerca de 3,7 %, quando em 1979 foi superior a 17%.

No respeitante à balança de serviços e rendimentos, refira-se o comportamento previsto para o turismo e para os rendimentos de capitais. Quanto ao primeiro, estima-se uma evolução favorável das receitas, que deverá rondar os 25 % em relação ao ano anterior. Quanto aos rendimentos de capitais, prevê-se um agravamento, em relação ao ano transacto, em cerca de 150 milhões de dólares, resultante do acréscimo da dívida externa portuguesa.

No que se refere ao saldo das transferências unilaterais, as previsões apontam para um valor de cerca de 2,9 biliões de dólares, o que apresenta um acréscimo de cerca de 17% em relação ao ano anterior. O rendimento disponível dos particulares dos países onde reside uma grande parte dos emigrantes portugueses deverá ter um aumento próximo do acréscimo citado e, portanto, deverá ser fundamentalmente este o factor explicativo do comportamento previsto para as remessas.

QUADRO XXVIII Balança de transacções correntes (Procos cortantes)

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Fonte: DCP e BP.