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II SÉRIE — NÚMERO 12

PROJECTO DE LEI N.° 300/IV ELEVAÇÃO OE CANELAS A CATEGORÍA OE VttA

São foão Baptista de Canelas, do concelho de Vila Nova de Gaia, distrito, diocese e Região Militar do Porto, tem uma história velha de séculos.

[números testemunhos arqueológicos e escritos comprovam a ancestral presença do homem no território que hoje constitui Canelas.

Pela análise de documentação diversa constatou-se a presença humana no período megalítico, designadamente através da referência às mamoas de Sove-rosa, Cadaval, Brandariz e Rechousa.

Já no período castrejo, identifica-se a existência do homem nos limites de Canelas e Gulpilhares, na propriedade de Castro, bem como na denominada serra de Canelas, onde foram identificados vários vestígios arqueológicos, nomeadamente cerâmica, mós manuá-rias e estruturas urbanísticas.

Do período romano temos notícias através do aparecimento de um forno cuja cerâmica nos aponta uma datação do século i.

A toponímia, para além de nos possibilitar elementos que nos conduzem ao período pré-castrejo, pré--romano e romano, dá também indicações relativamente aos períodos bárbaro e muçulmano.

O primeiro documento escrito referente a esta antiga povoação comprova que o homem aí viveu já no século xi. O documento em questão, do ano de 1042, dá-nos conta da existência do antigo povoado de Negrelos, bem como da primitiva igreja paroquial.

Documentos posteriores do mesmo século e seguintes, que abundantemente existem no acervo dos Mosteiros de Grijó, Pedroso, Mitra e Cabido do Porto, são testemunhos autênticos da evolução populacional de Canelas.

A existência de uma honra no século xiii é insofismável prova da sua crescente importância.

Acresce o facto de que o pároco residente tinha a categoria de abade, categoria. essa que se inscreve no lote das de maior importância no contexto geral das categorias jurídicc-religiosas da época.

Nos períodos subsequentes, para além da manutenção dos interesses das entidades religiosas referidas, surgem também como possuidores de bens, em Canelas, o Mosteiro da Serra do Pilar e os marqueses de Fontes e de Abrantes.

A análise da documentação relativa a aforamentos e emprazamentos dá-nos uma clara noção da crescente importância socio-económica de Canelas.

Foi também cenário de incursões francesas, no início do século xix, a que se seguiram repetidas manifestações bélicas durante as lutas liberais.

Uma crescente evolução demográfica comprovada pelos sucessivos censos, desde 1527, coloca São João Baptista de Canelas entre os mais importantes aglomerados populacionais de Vila Nova de Gaia, ci-frando-se o seu número de eleitores actualmente em 5562.

Actividade conómica. — Ao longo dos séculos, a sua actividade económica circunscreveu-se, quase exclusivamente, à agricultura, a que se juntou, a partir do século xvn, a exploração de pedra, actividade essa

que fez de Canelas, num passado recente e também no presente, um dos expoentes máximos deste ramo de actividade extractiva.

Associado à actividade agrícola desenvolveu-se um significativo ramo artesanal voltado para a feitura das mais variadas alfaias agrícolas, de que se destacam jugos e cangas, dos quais há importantes exemplares em vários museus, designadamente no Museu do Homem, em Paris.

Presentemente, desenvolve-se uma florescente actividade na construção civil, sediando-se em Canelas algumas das mais importantes empresas da região.

Outras empresas, destinadas a mobiliário (sete), material de transporte (três), material de desenho (uma, a maior do País), papel (duas), alimentar (duas), metalomecânica (cinco), material eléctrico (duas), ourivesaria (sete), plásticos (quatro), produtos químicos (duas), serrações (duas), mármores (uma), empregam cerca de 3700 pessoas, ocupando a indústria instalada cerca dé 250 000 m2.

A actividade comercial é extremamente diversificada, existindo presentemente mais de uma centena de estabelecimentos, desde mercearias a casas de miudezas, de pronto-a-vestir a materiais de construção, de electro-domésticos a mobiliário.

Destaca-se ainda a existência de cinco restaurantes, de sete cafés e de uma escola de condução.

Existem presentemente 131 explorações agrícolas, que desenvolvem a sua actividade no domínio da horticultura, floricultura, cereais, batata, que se destinam a autoconsumo e aos mercados de Lisboa e do Porto.

Ensino e cultura. — Canelas tem duas escolas pré--primárias (com 50 alunos), quatro escolas primárias, com 20 salas de aulas (com 696 alunos), uma escola preparatória (com 554 alunos), uma escola secundária (com 479 alunos), uma escola de música (com 100 alunos) e uma escola de inglês.

Possui várias colectividades desportivas e recreativas, designadamente três grupos de futebol, três associações de recreio e cultura, uma sociedade colum-bófita e ainda duas salas de espectáculos, sendo uma delas, o salão paroquial, dotada das melhores condições para o exercício de actividades teatrais, cinematográficas, musicais e outras.

Um rancho folclórico, com secção de adultos e infantis, desenvolve uma assinalável actividade no domínio da etnografia.

Equipamentos, transportes e serviços. — Possui uma igreja paroquial, quatro capelas de culto católico e uma de culto adventista. É servida por uma estação dos CTT, quatro postos públicos de telefone, uma subestação de distribuição eléctrica da EDP e ainda uma moderna sede da Junta de Freguesia.

Possui água canalizada em boa parte da freguesia.

Ê servida por razoáveis vias de comunicação que põem Canelas em contacto com as regiões limítrofes, através de uma boa rede de transportes.

Existe ainda um grande complexo desportivo — estádio do clube de futebol e um ringue de patinagem.

Saúde e assistência. — Possui um posto de assistência médica dos Serviços de Segurança Social, vários consultórios médicos privados, duas farmácias e um laboratório de análises clínicas.

Existem ainda várias instituições de solidariedade social, designadamente Conferência de São Vicente de