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II SÉRIE — NÚMERO 61

Ocupa uma área de cerca de 7 km2 c ícm 45 000 habitantes aproximadamente, dos quais 22 673 são eleitores.

A freguesia pertence ao concelho de Valongo desde o ano de 1836, de acordo com a divisão administrativa liberal, que criou este concelho.

Compõe-se de vários lugares: Sá, Sonhos c Montes da Costa, Estação, Fonte, Travagem, Sampaio, Bela, Costa, Gandra, Palmilheira c Saibrciras, tendo sido elevada a vila no ano de 1938.

Dados históricos «) Origem do nume

Nas frondosas margens do rio Leça floresceu a vila de Ermesinde, que desde tempos anteriores aos da nossa nacionalidade se vem desenvolvendo c crescendo.

Há conhecimento de que, pelo século ix, ano dc 890, seria abadessa do Mosteiro dc Rio Tinto uma D. Ermcscnda Guicrrcs, filha dc D. Gundczindo, donatário destas terras, a que foram feitas importantes doações. Supõe-se que D. Ermcscnda era senhora das terras onde se encontra a acuai vila dc Ermesinde; seriam assim «Terras dc S. Ermcscnda».

Antes dc 1910 a freguesia linha o nome dc Süo Lourenço dc Asmcs, nome este que provem da evolução da palavra árabe «açudes»; açudes esses que existiam cm grande quantidade, no rio Leça, nesta zona. Assim ter-sc-ia dado a evoluçüo desta palavra da seguinte maneira: Açudes... Açomcs ... Azomcs... Azcmcs... oi Azcms ... Asmcs.

A lenda (acerca do nome de São Lourenço de Asmcs). — Coma a tradição que Süo Lourenço c Süo Vicente, orjgo dc Alfena c irmüo dc Süo Lourenço, ao atravessarem o Leça, por altura dc uma cheia deste rio, teriam feito uma prcgaçüo no local c, ao passarem junto à ponte sobre o ribeiro dc Asmcs, se passou o seguime: Süo Vicente atravessou a ponte, continuando para Alfena, c Süo Lourenço disse: «Vai Vicente para o teu Alfcno que cu cá fico no meu Asmcs.» E assim ficaria conhecido o local.

b) Factos históricos relacionados com a vila dc Ermesinde

O documento mais antigo onde vemos aparecer o nome dc Ermesinde daia do reinado dc Afonso III (1248-1279) c é uma inquirição levada a cabo por este rei na tentativa de organizar os reguengos nesta região.

Por estas paragens passaram os Romanos c os Árabes que, em suas andanças pela Península Ibérica, travaram grandes pelejas na Região do Porto.

A zona dc Ermesinde foi habitada desde os mais remotos tempos, havendo, desde essas épocas, granjas, casais c herdades que proliferaram na zona, devido aos seus terrenos fertilíssimos c ao pitoresco da paisagem.

Hã documentos que comprovam a compra dc uma quinta, a «Quinta dc Ermczindc», no ano dc 1755 c, pela sua riqueza agrícola c beleza paisagística, foi o núcleo principal da futura povoação.

A história na sua cavalgada imparável leva-nos ao cerco do Porto dc 1832 a 1833 c aí o Convento da Mão Poderosa, actual Convento c Igreja da Formiga, serviu dc hospital dc sangue ao exército miguelista.

No entanto, aquando da implantação da República, Ermesinde deu filhos ilustres à causa republicana, como, por exemplo, o Dr. Maia Aguiar, iniciador do Núcleo Republicano de Ermesinde, que teve iniciativas culturais c

sociais dc relevo, sendo disso exemplo a fundação de uma escola para filhos dc republicanos. E também de destacar a figura do notável Amadeu Vilar, homem impulsivo c generoso, a quem se deve, em grande parte, a difusão das ideias republicanas no concelho dc Valongo.

Quando Amadeu era regedor de Ermesinde c presidente da Junta, a povoação passou a chamar-se, oficialmente, Ermesinde, logo após a implantação da República.

Desde o início do século xx, que por ioda a vila apareceram as villas dos Brasileiros, que nesta terra procuravam sossego das suas andanças dc uma vida dc trabalho por lerras longínquas.

Algumas destas vilas, ainda hoje bem conhecidas, como c o caso da Vila Beatriz, adquirida pelo Município para instalar um centro dc cultura, Vila Hercília, Vila Rangel c tantas outras.

Não há dúvida dc que no início do século Ermesinde foi um importante ceniro dc vigiliatura das gentes abastadas do Porto, sendo conhecida na época pela «Cintra do Porto».

c) Tradições, festas c romarias

Festa Santa Rita. — Não há dúvida alguma dc que a festa mais popular dc Ermesinde c a dc Santa Rita.

Realiza-se no início dc Junho c há mais dc 100 anos que atrai milhares dc peregrinos, que nesta altura pagam as suas promessas a Sania Rita dc Cássia.

E com o passar dos anos não se vê esmorecer csia concorrida festa, tão entranhada nos hábitos dos Ermcsin-denses c de quantos aqui acorrem nesta época do ano.

Festa dc São Lourenço. — A festa do padroeiro da vila realiza-se no l.9 dc Agosto.

Realiza-se uma grande procissão c depois há, à boa maneira do Noric, uma grande romaria, com despique dc bandas, a locar à vez, c que arrasta jovens c velhos pelo virtuosismo de algumas interpretações.

O enterro do João. — E sem sombra dc dúvida uma das tradições mais u'picas c antigas desta vila dc Ermesinde. É uma mistura dc tradições religiosas c do pagão.

Segundo os entendimentos no assunto este «fantástico enterro», que resiste ao tempo, será «um rito dc passagem que introduz o jejum quarcsmal».

O Joüo, boneco feito cm palha, dc tamanho natural, cria à sua voi a nos três dias dc Carnaval uma série dc rituais ancestrais que contam que o João regressou de uma guerra cheio dc condecorações. Vão-sc ouvindo lamentações da «mulher» c dos «filhos», através das quais se faz uma crítica a coisas sérias ou ridículas que acontecem durante o ano, na vila.

Ao fim dos três dias dc Entrudo o João vai a enterrar, num cortejo até ao rio; é lido o seu «testamento» (peça oratória pitoresca). O João por fim é incendiado c estoira perante o olhar excitado dc quantos assistem ao ritual.

Edifícios mais importantes

Não podemos deixar dc referir alguns dos edifícios mais representativos da vila, pelo que eles representam do seu passado, mas também que aicsiam sem sombra dc dúvida o progresso desta vila c dos esforços daqueles que ao longo dos anos aqui trabalharam c viveram. Os edifícios c o estado dc conservação cm que se encontram atcslam o amor dos ErmcMndcnscs à sua terra.

Assim .cícrimos alguns dos mais significativos: O Convento dc Nossa Senhora da Müo Poderosa, actual Convento c Igreja da Formiga, estação dc caminho dc ferro,